“Deus” versus Religiões
Falar de religião sempre vai ser delicado. E complicado.
Porque envolve 10.000 seitas e doutrinas diferentes. E mais de 6 bilhões de crenças (porque cada ser humano pensa do seu jeito, afinal das contas).
Pra ser sincera, eu não tenho religião nenhuma. E não acho que isso seja um pecado.
Muito pelo contrário: Acredito que ter a mente aberta para entender e ouvir sobre doutrinas diferentes é a melhor maneira de formar sua própria religião.
Por mim, não existiriam religiões formadas. Cada um acreditaria no que achasse que fosse melhor pra si. E que isso jamais afetasse negativamente à terceiros.
Deus é um conceito. Não deveria ser uma maneira lucrativa de converter pessoas. E inventar doutrinas. E abrir igrejas. E extorquir o pobre salário de quem mal tem dinheiro pra comer.
Fui criada como católica praticante, por obrigação. Sou batizada, fiz catequese, crisma, e tudo que manda a cartilha. Saí de casa aos dezessete e nunca mais pisei numa igreja católica.
Mas isso não significa nada. Pelo menos pra mim, não significa.
Acho completamente errado que quem prega que “Deus está em todas as coisas” queira que eu me confesse com outro humano, tão falho quanto eu. Afinal, se ele está em todas as coisas e lugares, não me bastaria fechar os olhos para encontrá-lo?
Há alguns dias atrás, enviei via twitter a seguinte frase: “Seja lá qual for a sua religião, eu te respeito. Mas se você tentar me converter EU TE MANDO TOMAR NO CU” – E surpeendi-me ao receber vários RTs para a frase, além de vários seguidores agregados. Com o perdão do palavrão, (minha boca é meio suja demais) as pessoas deveria respeitar mais as crenças das outras. E saber que insistir em converter alguém para sua própria doutrina é inútil. Só vai fazer a outra pessoa sentir raiva.
Somos livres. Somos pensantes. Temos idéias. E direito de acreditar no que achamos que é certo.
Eu, por exemplo, acredito numa força divina e inexplicável que conduz sempre todos os caminhos para o bem (o tão chamado “Deus” por aqui). E acredito que não importa qual religião a pessoa escolha em seguir, todos os caminhos levam ao mesmo lugar. Todas as doutrinas adoram de alguma forma, a mesma divindidade de bondade.
Até mesmo os ateus, têm seu lado de crer. Eles apenas escolhem não acreditar no que não se pode explicar, e isso é um direito deles. Mas isso não quer dizer que eles não queiram o bem da humanidade, da mesma maneira que o mais assíduo religioso prega. São apenas visões diferentes do mesmo bem comum.
Deus, pra mim, é bem comum. Não interessa como. Nem onde. Nem quem. Nem quando. Muito menos qual crença você siga.
Agora SaiDaqui e vá trabalhar!
25/01/2010
Obrigado por lembrar que nós, ateus, existimos. Gostaria muito que o preconceito que existe contra a nossa posição fosse menor.
25/01/2010
Não só concordo como respeito a posição de vocês. E acho digno que todos fossem respeitados. TODOS.
25/01/2010
Concordo no plural. É natural que você pense em “deus”, mas não pode negar o conceito de “deuses”.
Em verdade, religião é um negócio perigoso — e lucrativo. Desde a Grécia antiga (e antes, mas não conheço nenhum caso mais antigo) existia gente que partilhava dessa minha visão. Ora, brincar com a mente das pessoas é a melhor forma de controlar um povo. Mas isso todo mundo sabe.
Isso não é, contudo, um atributo da religião, porém um atributo das religiões organizadas. O mal surge quando alguém abre conta em banco pra sua seita. Instituições são a máquina da destruição.
Outro ponto muito legal que você tocou: ateus não querem a destruição da humanidade. É engraçado que os religiosos pensem isso, e no nosso contexto estou falando dos cristãos. Numa boa, mas o cristianismo é o culto da morte. Todo mundo é pecador, fudido do caralho, e só a morte vai nos salvar. É o culto do desprezo e destruição da carne. Temos que viver por um único objetivo: morrer e, quem sabe?, ser salvo.
Isso não pode ser, na minha opinião, uma religião boa. E já não gosto dela por ser culpada pela idade média.
É isso.
25/01/2010
Adoro quando as pessoas compartilham assim suas idéias. A gente vê que não é um ET perdido no mundo que pensa tanta coisa assim e acha que está sozinho. ^^
25/01/2010
Não sei quanto ao Guilherme Reis, mas, tirando pressão-familiar-não-declarada, não sinto nenhum tipo de preconceito por ser ateu.
Mas quando declaro que sou discordiano, as pessoas começam a ter medo, ou pelo menos a ficar confusas.
25/01/2010
Eu não poderia deixar de escrever nesse tópico…
Mesmo pq sou cristã e sou católica praticante sim… e não só da boca pra fora…
Reconheço os defeitos da religião levantados aqui pela Amanda e pelos que comentaram, sou a minoria que não vê problema nas pessoas serem ateus, maçônicos, protestantes, umbanda. O problema que vejo é as pessoas serem egoístas ao ponto de não enxergar que tem gente morrendo de fome, que tem gente que não tem uma casa, um emprego digno, e que muitas vezes são enganadas pelas religiões dizendo que lá encontrarão o reino de Deus…
Puta mesmo fico quando as pessoas ignoram as outras, ou quando ouço que a “salvação” será individual… que salvação é essa que as pessoas terão, se elas não sabem partilhar o que tem com os mais necessitados, que salvação terão se quando passam do lado de um mendigo finge que ele simplesmente não está lá… que raio de salvação é essa se elas ficam presas dentro de casa com medo de pecar e não para de reclamar que o país tá uma bosta, mas vive votando no filho da puta que só sabe roubar?
Usar o nome de Deus é fácil, o difícil é falar a verdade que dói quando se ouve… o difícil é aceitar que pra se ter a salvação tem que se levantar a bunda do sofá e fazer alguma coisa pra mudar o mundo que está a sua volta…
Como dizem pimenta no olho dos outros é refresco…
Tem muito ateu por ai que ajuda muito mais a quem precisa do que cristão que fica ajoelhado rezando pra Deus fazer alguma coisa por ele…
E ainda acredito que Jesus treme quando ouve as pessoas usando o nome dele pra pregar que temos que rezar e que só assim serão salvos…
25/01/2010
Tem muito ateu por ai que ajuda muito mais a quem precisa do que cristão que fica ajoelhado rezando pra Deus fazer alguma coisa por ele… – Ci, aqui minha querida, você disse TUDO.
25/01/2010
É mais ou menos como Che dizia: ” Se você morre de indignação com cada injustiça… então somos companheiros”
É nisso que acredito…
25/01/2010
Otimo texto, eu penso exatamente da mesma maneira!
25/01/2010
Concordo com o q vc disse, religioes sao caminhos diferentes para o mesmo lugar, soh muda um pouco no q se diz deus, pra mim existe algo muito grande la fora (o universo talvez) e nós somos por exemplos as celulas dele, ninguem se preocupa com suas celulas o tempo todo entao eu acho q o q tem la fora nao liga muito pra nós.
Eu sou uma pessoa q esta sempre estudando, nao tenho religiao formada mas me identifico com a filosofia budista, espirta e umbanda que no fundo são praticamente a mesma coisa.
Um grande abraço
25/01/2010
adoreiiiiiiii mesmo o tema de hoje , mandou bem minha querida … deus não esta em algo nem em um certo local .. se ele tudo vê e tudo sabe entao esta em todos os lugares e coraçoes 😛 bjaummmmmmm linda até a proxima
25/01/2010
Eu sou catolico, vou a igreja (nao todos os domingos) mas vou frequentemente. Nem por isso obrigo os outros a seguirem o msm que eu, desde que não me forçem a seguir a sua doutrina, eu nao comento sobre isso. abraço a todos
25/01/2010
Eu tive que voltar aqui pra ver a repercussão. Teu post me deu ideia sobre um novo & pequenino post.
27/01/2010
Certo dia, um Samurai, que era um guerreiro muito orgulhoso, veio ver um Mestre Zen. Embora fosse muito famoso, ao olhar o Mestre, sua beleza e o encanto daquele momento, o samurai sentiu-se repentinamente inferior.
Ele então disse ao Mestre:
– “Pôr que estou me sentindo inferior? Apenas um momento atrás, tudo estava bem. Quando aqui entrei, subitamente me senti inferior e jamais me sentira assim antes. Encarei a morte muitas vezes, mas nunca experimentei medo algum. Pôr que estou me sentindo assustado agora?”
O Mestre falou:
– “Espere. Quando todos tiverem partido, responderei.”
Durante todo o dia, pessoas chegavam para ver o Mestre, e o samurai estava ficando mais e mais cansado de esperar. Ao anoitecer, quando o quarto estava vazio, o samurai perguntou novamente:
– “Agora você pode me responder pôr que me sinto inferior?”
O Mestre o levou para fora. Era um noite de lua cheia e a lua estava justamente surgindo no horizonte. Ele disse:
– “Olhe para estas duas árvores: a árvore alta e a árvore pequena ao seu lado. Ambas estiveram juntas ao lado de minha janela durante anos e nunca. houve problema algum. A árvore menor jamais disse à maior: ” Pôr que me sinto inferior diante de você? ” Esta árvore é pequena e aquela é grande – este é o fato, e nunca ouvi sussurro algum sobre isso.”
O samurai então argumentou:
– “Isto se dá porque elas não podem se comparar.”
E o Mestre replicou: Então não precisa me perguntar. Você sabe a resposta. Quando você não compara, toda a inferioridade e superioridade desaparecem. Você é o que é e simplesmente existe. Um pequeno arbusto ou uma grande e alta árvore, não importa, você é você mesmo.
Uma folhinha da relva é tão necessária quanto a maior das estrelas. O canto de um pássaro é tão necessário quanto qualquer Buda, pois o mundo será menos rico se este canto desaparecer.
Simplesmente olhe à sua volta. Tudo é necessário e tudo se encaixa. É uma unidade orgânica: ninguém é mais alto ou menos baixo; ninguém é superior ou inferior. Cada um é incomparavelmente único. Você é necessário e basta. Na Natureza, tamanho não é diferença. Tudo é expressão igual de vida!
Autoria desconhecida!!!