Cicatrizes…
Definitivamente, algo que pode atrapalhar qualquer tipo de relacionamento.
Ganhamos cicatrizes normalmente quando mais novos, inexperientes e confusos. Achamos que somos os donos da verdade, e que sabemos e conhecemos todas as formas de amar.
É tudo tão lindo: as juras eternas de amor incessante, os beijos fervorosos de como se não existisse amanhã, o sexo puro, limpo e cheio de curiosidades. Os presentes inesperados fora das datas especiais. As declarações feitas no papel, por e-mail, via blog, no espelho do banheiro ou com olhares. As flores enviadas pra onde Judas já perdeu as botas. O orgulho de chamar-se namorados. A vontade de apresentá-lo(a) para todo mundo.
Os planos incertos e malfeitos, mas cheios de sinceridade. Aquela vontade e achismo de que aquele relacionamento vai durar pra sempre.
WRONG!
Seja lá o que tiver que acontecer, acaba acontecendo (aquela história de shit happens) e um pequeno coração apaixonado vira um conglomerado de estilhaços cortantes. Depressão, raiva, revolta.
Corações partidos normalmente geram desgraças. Mas tudo isso passa. As coisas se acertam. A vida continua. O tal do tempo cura. Mas como em todo machucado profundo, fica uma cicatriz.
Aquele medo constante de passar por tudo aquilo de novo. A vontade de não sentir mais nada, nunca mais, por nunguém. A abstração de sentimentos. Procuram não mais se envolver emocionalmente.
Vira algo somente físico. Somente sexo. Somente pelo prazer da libido do corpo.
O tempo passa (mais um pouco) e aquela ausência de sentimentos faz-se cada vez mais vazia. Agora, a vontade de se envolver. Querer ter alguém para cuidarem um do outro.
Encontram-se sem querer. Quando menos esperam. Mas ainda há muito receio.
As tais cicatrizes impedem que o relacionamento seja pleno. Que aquelas coisas bobas e absurdamente gostosas descritas no começo acontecam novamente. Por mais que o sentimento seja verdadeiro, algo ainda os impede de voltar a acreditar tanto no que um dia lhes foi tirado.
O medo fala mais alto. Mesmo quando o amor está presente.
E não há mais juras eternas de amor incessante, nem beijos fervorosos de como se não existisse amanhã, ou sexo puro, limpo, cheio de curiosidades. Muito menos presentes inesperados fora das datas especiais. Declarações (feitas no papel, por e-mail, via blog, no espelho do banheiro ou com olhares) são raras e cada vez mais simples. E as flores nunca mais serão enviadas pra onde Judas já perdeu as botas. Apenas chamar-se namorados, por convenção. Apresentá-lo(a) para todo mundo, idem. Os planos, já mais certos e plausíveis, mas sem tanta certeza de futuro.
Tudo por causa das malditas cicatrizes.
Pense bem quando isso acontecer com você: A atual pessoa em sua vida merece pagar (leia-se não receber tudo que você pode ser pra ela) pelo seu sofrimento anterior com outras pessoas?
Pois é. Agora SaiDaqui.
16/03/2010
nossa… makes sense.
16/03/2010
Por que você anda lendo meus pensamentos ultimamente hein? Que me deixar boba e melosa? As cicatrizes nunca deixam a gente. Elas sempre estão ali para lembrar dos erros e com isso, fazer com que nos aprimoremos cada vez mais na arte do amor. Sim, mesmo com cicatrizes é possível amar de novo na mesma intensidade. Elas são apenas lembranças do que podemos fazer melhor =)
16/03/2010
Realmente, essas coisas acontecem. Cicatrizes e traumas acabam por nos fazer pessoas mais fechadas com menos vontade de se entregar, e as vezes com aquela sensação e que tudo o que você fizer, não vai fazer muita diferente, afinal da ultima vez não fez diferença no fim..
16/03/2010
Ainda bem que eu não consigo ser assim…
Sempre me ferro, mas nunca deixo de tratar alguém como se fosse meu primeiro amor.
Não sei se isso é defeito ou qualidade…
Se não cairmos de cabeça num relacionamento, perdemos toda a graça… 😉
Beijocas cara de amendoim!
16/03/2010
Concordo. Seja tudo, ou não seja.
16/03/2010
Nossa… Choquei.
Muito bom, tenho que divulgar isso.
É a visão mais realista que pode existir sobre o namoro.
16/03/2010
Muito bacana o texto… estás descrevendo o grande dilema de quem já quebrou a cara com o amor… E realmenten é uma arte voltar a encarar tudo do zero novamente.
16/03/2010
bom…
eu acho que a cada cicatriz que ganhamos, a cada cara quebrada que temos, vamos nos blindando naturalmente…nos fechando cada vez mais…
isso é absolutamente normal…afinal, se vc encosta em um fio e ele dá choque, vc não vai querer encostar de novo né?
e eu acho isso errado sim, mas inevitável também…
nenhum relacionamento vai ser igual, nenhuma pessoa é igual à outra e, consequentemente, não podemos tratar da mesma maneira…porque tratar como iguais os desiguais é a maior forma de desigualdade…
por isso, tratar cada amor como se fosse o primeiro é o mais justo, mas quem disse que é o caminho mais fácil?
beijão Cacatuaa!
texto simplesmente FANTÁSTICO!
tava com saudade dessa leitura ;)~
16/03/2010
Amandaaa, que texto lindo!
É difícil darmos uma nova chance ao amor…mas não é impossível. Eu por exemplo quebrei a cara com 15 anos, com alguém que eu acreditava que iria ficar junto “para sempre”. O que eu esqueci de acreditar é que pessoas erram, pessoas magoam e pessoas esquecem que palavras deixam mágoas, palavras geram cicatrizes…
Mas finalmente, depois de 4 anos eu me permiti ser feliz novamente…me entreguei como se fosse a primeira vez, me permiti e me permito sempre mais a cada dia. Resultado…hoje sou muito mais feliz, realizada e completa. Acredito no amor, acredito na força desse sentimento e principalmente, acredito que o meu amor pelo meu noivo é para sempre!
É tudo ou nada. Ou se entrega completamente ou não se entrega. 😉
16/03/2010
Então tá que hoje ela acordou inspirada para mecher com as pessoas *-* nada a acrescentar, só mesmo os PARABÉNS pelo magnifico texto!!! Quando eu crescer quero ser igual a você tia!
16/03/2010
Nesse assunto eu fico com a frase da Karina. “É tudo ou nada. Ou se entrega completamente ou não se entrega.”
Nem todo mundo aguenta ficar solteiro, mas é melhor e menos sacana do que arrumar uma muleta só pra não ficar sozinho. Pra quem está solteiro não falta diversão também, então…
16/03/2010
Ai gente, assim fico encabulada (termo velho né? rs) Mas muuuuuito obrigada pelos elogios ^^
16/03/2010
Como sempre, um texto magnífico, sem nada mais a acrescentar!
16/03/2010
Texto exuberante. Apesar das mágoas vividas, eu penso exatamente como você.
Até hoje eu quero estar presente com quem estou e, diga-se de passagem, é ótimo estar onde de fato você está. ^^
17/03/2010
Amanda, beijos…..e as cicatrizes que deixamos nos outros? Eles que se F.? Me parece que a vida é construidas a partir de todos estes encontros e desencontros cotidianos. Alem do mais , de acordo com o diconario cicatriz = “sentimento duradouro deixado por um grande sofrimento moral, por um abalo psíquico etc”, assim,confesso a voce que nao tenho registro de nada que tenha produzido em mim um grande sofrimento moral e nem me recordo de que produzi este trauma na vida de ninguem. É claro que tento fazer contra ponto às suas ideias para que o debate possa fluir em diversas direcoes, para nao cairmos na mesmice dos elogios, do tipo, nossa como voce escreve bem,ou, voce pensa exatamene como eu penso etc,etc.as cicatrizes existem? Façamos delas uma limonada. Avaixo um poema mui lindinho : veijos.
Cicatrizes
No corpo, mormente, expomos
As marcas dos ferimentos,
Dos danos, fatais momentos,
Que, às vezes, vivenciamos.
Os machucados reais
Ou eventos inocentes,
Feridas inconseqüentes,
Sofrendo ou não, relembramos.
Mas existe um tipo amargo
De marcas que vão ao fundo,
São as tristezas do mundo,
Injustiças que passamos,
São amores que perdemos
Ou nódoas da consciência
Quando nós, por negligência,
A outrem prejudicamos.
Nos caminhos da existência,
Estas mais duras feridas
Calcadas em nossas vidas,
Que nos abalam a calma,
Formam tensas provações,
Calam mais forte na gente,
São os algozes da mente,
São cicatrizes da alma…
As cicatrizes do corpo
Mais fáceis de controlar,
São passíveis de operar
Ou de tê-las maquiadas…
Porém dores metafísicas
Difíceis de disfarçar,
Teimam em atormentar
As almas fragilizadas…
Essas mágoas do espírito,
De um sofrer inconfundível,
Nem sempre me foi possível
Extirpar pelas raízes…
Então sigo meu caminho,
Longa estrada a percorrer,
Aprendendo a conviver
Com as minhas cicatrizes…
©Oriza Martins
07/10/2010
Lindo texto! De fato, os acontecimentos da vida, certos gestos ou palavras, vão deixando cicatrizes invisíveis nos corações humanos que, se anseiam pelo amor, também o temem, alguns mais, outros menos, após algumas experiências doloridas… Porém, diria que, para aqueles mais audazes e apaixonados, haverá sempre as declarações de amor sinceras e ardentes, os poemas nos olhos e vozes, as flores nas manhãs, os beijos intensos, a pureza do querer sem culpa, as esperanças renovadas… ainda que “seja eterno enquanto dure” !… Viver sem amor, sem amar, é o mesmo que morrer em vida… Abraços alados!