Isto fica feliz em ser útil

bicentenario

 

Escutei de vários dos homens que passaram por minha vida pra fazer história (longa ou efêmera) no capítulo entitulado “amor” e decidiram não ficar o feedback de que eu havia “elevado a barra” na vida deles. E nos mais variados sentidos: sexo, amor, romantismo, maturidade, família, finanças, garra, sonhos, planos, coragem, motivação.

E, honestamente, isso tem me tirado o sono e causado sentimentos controversos.

Porque por um lado, é massageador de ego saber que você de alguma forma contribuiu para uma definição de conceitos tão lindos e incríveis como os mencionados ali em cima. É óbvio que todo mundo gosta de ser agradecido e elogiado por ter melhorado a vida de outra pessoa. É claro que sinto muito orgulho em ter sido o melhor sexo do fulano, a maturidade forçada do ciclano ou o elemento aproximador da família do beltrano.

Porém, ao mesmo tempo isso me traz duas preocupações brutais. A primeira é: se eu fiz tão bem, porque ainda assim não foi suficiente? O que me leva a pensar que talvez tenha sido suficiente sim, só não pra mim. E aí, isso  me traz à cavalo o segundo gritante alerta: será que sou eu quem quero demais?

Sabe aquele lance de passar a vida toda procurando alguém perfeito, e ao achar que encontrou, não dar certo justamente porque a outra parte também estava procurando alguém perfeito e no caso, esse alguém não é você? É enlouquecedor admitir que o problema pode ser o nível da sua própria barra.

Makes me wonder, o que eu quero, afinal? Continuar sendo uma fase de vídeo game pré-chefão na vida deles, bancando a mãezona-professorinha-dama na mesa-puta na cama temporária pra que eles possam treinar pro que vem depois, o tal felizes para sempre que não me inclui?

Eu devo procurar outros tipos de caras? Devo baixar o nível da minha barra? Devo desencanar de tudo isso porque amor nunca foi ciência exata? Devo insistir em ser quem sou que um dia ele chega? Vou saber reconhecê-lo? Ele vai andar por fim, lado a lado comigo?

É, não sei de nada. Mas parar para pensar já é um primeiro passo, não é mesmo? Por hora, isto fica feliz em ser útil.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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