E que isso bastasse…
“Já sabia desde sempre o que queria.
Um amor pra chamar de seu.
Sabe daqueles utópicos, tipo conto de fadas?
Teve que aprender da pior maneira que eles não existem.”
Pois é. Esse mundo cheio de encantos inexplicáveis, feitiços de amor e histórias com felizes para sempre o tempo todo que ela criou pra si acabou cansando. Ninguém vive de perfeição e ela tinha se tocado disso só agora. Tola ela, que perdeu tanto tempo sonhando perfeições idiotas.
Queria mais que um príncipe perfeitinho. Aliás, odiava cavalos brancos, espartilhos de princesa e aquela perfeição idiota de raios de sol diários.
Ela não era uma propaganda de margarina!
De agora em diante, desejava que ele tivesse vícios. Que alguns fossem aceitáveis e outros deixariam de existir em nome do amor.
Que ele apertasse o tubo de pasta de dente ao meio, e largasse os chinelos pela casa, só para confrontar-lhe a mania de organização. Mas que ainda abaixasse a tampa da privada e não deixasse a toalha molhada na cama.
Que ele explodisse vez em quando, e fosse rude com ela, e que depois voltasse com flores pra pedir desculpas.
Que sentisse ciúme. Nem de menos, nem demais. E que cada briguinha boba sobre o tema terminasse em sexo.
Aliás, que ele gostasse de sexo pela manhã, enquanto ela preferisse à noite. Apenas para transarem sempre.
Que ele odiasse cozinhar. Mas que a acompanhasse na cozinha, lavando a louça e conversando sobre o dia que tiveram.
E que ela adorasse andar descalça, enquanto ele não tira as meias. Só pra ouvir ele reclamar que ela tem os pés gelados na hora de dormir.
Queria dificuldade financeira de vez em quando. Pra que não se acostumassem com o que vem fácil, e acima de tudo, pra provar que o amor ainda vale mais que qualquer papel verde idiota.
Também queria que ele esquecesse algumas datas importantes, só pra poder fazer manha e ganhar presentes depois.
E que ambos abrissem mão de algumas coisas. Só pra ambos entenderem de vez que no amor, abrir mão é necessário.
E que ele ganhasse peso. Que ela tivesse um filho. Que o cachorro faça xixi onde não deve. Que os filhos quebrem o copo enquanto brincam de bola na sala.
Que a promoção demorasse a vir, que o apartamento tivesse infiltrações. Mas que no fim de semana fossem todos à praia, num estado de alegria absoluto.
Porque agora, ela queria uma vida real. Palpável. Sem essa de felizes para sempre: Porque sempre não existe e felicidade é apenas um estado de espírito.
Queria que apenas vivessem, juntos. E isso bastasse. 😉
SaiDaqui!
08/06/2011
Bah, tudo a ver.. Parabéns, como sempre. =*
08/06/2011
Texto magnifico! Tenho esses msms ideais de vida =)
08/06/2011
Surge um novo conto de fadas, um mais atual e que funciona. De repente, daqui a alguns anos, essa seja a história que leremos para os filhos. Amor geração 2000.
08/06/2011
eu quero um desse tia!!
parabéns catarrenta, sempre, sempre e mais uma vez!
08/06/2011
S2 o que seria de mim sem esses lindos que são vocês, meus amigos maravilhosos? *.*
08/06/2011
Catarrenta é foda!!! Huahuahuahuahuahuahuahua!
Parabéns pelo texto!!!
09/06/2011
O trabalho me impediu de ler esse texto o dia todo. (Ao menos aumentei seu tempo médio de visita :D) Mas foi bom, vou dormir com esse conto de fadas moderno na cabeça. Perfeita, como sempre, me arrancando um sorriso enquanto leio, como sempre.
Gostei!
09/06/2011
Nossa, nunca vi nada igual!
Muito incrível. Eu realmente consegui me ver nesse texto, e por mais que não fosse a ideia, esse texto me arrancou algumas lágrimas. Uma definição de mim mesma.
Parabéns.
09/06/2011
Que lindo!! *-*
Adorei seus textos… Muitíssimos bons!
Parabéns!
13/06/2011
Um dia, meu amor… Um dia tuso isso será realidade…