Não-Espera

Mais do mesmo, que já não é a mesma coisa, pra ser sincera…

Das mesmas pessoas que ao se encontrarem hoje, pareciam completos estranhos. Sentiram-se diferentes: Mais adultos, mais calmos. Do olhar que transmitem uma deliciosa não-pressa.

Nenhum dos dois precisou pedir desculpas. Muito menos confessar que sentira saudade. Disseram com o gesto tímido ao tocarem-se. Tentaram usar palavras. Entenderam que era desnecessário.

Como se o mesmo quarto fosse agora o recomeço. O perdão por tudo que sentiram de ruim um pelo outro. Sentiram? Sei lá também. Acho que tentaram sentir.

A princesa do castelo que não existe, entendeu que um príncipe não seria a melhor opção. Vidinha medíocre e perfeita, talvez não lhe trouxesse tanta inspiração. Ela tinha se cansado de promessas vazias e falsas. De imaginar vidas de contos de fada. Constuir castelos com a mente, pra mais tarde descobrir que eram feitos sempre de papel que se vai com o primeiro vento.

Passou a viver de verdade quando não mais planejava. Queria mesmo era ser rodeada de sapos. Onde não criava situações imaginárias e “idiotamente” perfeitas que normalmente não aconteciam. Causava-lhe medo, como sempre. Mas esse fato já não a incomodava: Fazia-a ainda mais viva, forte e segura de si. Sentia-se lisongeada.

O que a fez tão bem? A não-espera de algo. Surpreendia-se muito mais dessa forma.

SaiDaqui!

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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2 comentários

  1. Foi pensando naquela antigo post “seis anos em uma noite”? parece que sim!

    Quem tem o dom de expor o intimo da alma, tem o dom de tocar corações!

    Pago um pau pra minha catarrenta!!!

  2. “O que a fez tão bem? A não-espera de algo. Surpreendia-se muito mais dessa forma.”

    Disse tudo… É assim que tem que ser.

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