O preço de sorrir de graça
Não sabia não escrever com a alma. Era sempre um pedaço de si que despejava no papel.
E quando o coração doía assim, só escrever acalmava a vontade de gritar que ela sempre continha no estômago. Sentia como se não bastaria chorar, sofrer em silêncio ou conversar. Tinha que descontar aquilo que lhe fazia mal. E sempre sobrava para o coitado do papel.
Depois chorava um monte. Dormia tranquila e acordava amena. Como se nada tivesse acontecido.
Vivia de guardar dores. Tinha que ser forte e sempre bem humorada pra todo mundo. Ouvia sempre a mesma história de como as pessoas admiravam sua garra, de como ela nunca estava de mal com a vida e tudo mais. Mal sabiam eles que ela nada mais fazia que esconder os medos e mágoas atrás de um sorriso às vezes forçado.
Não se achava no direito de mostrar para o mundo que ela também sofria. Que era humana, e que certas coisas (algumas até bobas) também a faziam chorar.
Escondeu lágrimas de tanta gente, que as pessoas nem sabiam que ela sabia chorar. E enquanto ela desejava em segredo que alguém a pegasse no colo e cuidasse dos problemas que tinha, lhe jogaram mais uma bigorna nas costas. O que ela, erroneamente, aceitou sorrindo.
Levou anos pra aprender que era errado ter um sorriso no rosto se o coração não tinha amor. Trocou o inverno gélido de um sorriso sem motivo pelo verão gostoso de um não sorriso com motivo.
Pagou caro por sorrir sempre de graça. (RE)Aprendeu a sorrir pra si primeiro. E só depois, para os outros. Chame de egoísmo se quiser, ela já não se importa com o que você pensa.
Agora SaiDaqui!
13/07/2011
Pronto. Eu não preciso mais escrever. Você faz isso pra mim =)
13/07/2011
Preciso (re)aprender tantas coisas….
14/07/2011
Pronto. Eu não preciso mais escrever. Você faz isso pra mim =) [2]
04/08/2011
Senti-me retratado, embora seja um cara 🙁
E incomodou.
04/08/2011
Novamente tenho que parabenizar você por mais este ótimo texto. As vezes parece que minha vida é bem parecida com a relatada ai. Mas o que acontece é que na vida muitos te rejeitam e se afastam de você apenas por você ter um problema, uma tristeza, ou a ausência de um motivo pra sorrir. Nessas horas é que agradeço por ter poucas pessoas (na boa, da pra contar nos dedos de uma mão… e nao sao 3, nem 4, nem 5) que me acolhem nestes momentos ruins e me ajudam a seguir em frente…
05/08/2011
Muito bom, um ótimo texto para reflexão! Muito bom!!