Para a família que eu não tenho

Posted By Amanda Armelin on 08/05/2012 | 4 comments

Eu ainda não os conheço. E pra ser sincera, vocês ainda nem entraram nos meus planos.

Pior que isso: eu ainda nem encontrei o seu pai.

Não que eu não queira, mas dar um rosto para essa pessoa que tanto quero amar antes de vocês tem sido uma tarefa árdua. Muito mais difícil do que eu pensei que seria, confesso.

Eu sei que o amor não é nada fácil (se fosse, alguém já teria conseguido definir, não é mesmo?)

Quase cheguei a trocar vocês por um cachorro. Desculpem-me por isso, ok?

É que eu nunca fui de fazer planos. Parece sempre tudo tão bagunçado e inconstante que nunca dá tempo de encaixar esse sonho. Tem tanto que eu quero conquistar antes de me sentir boa o suficiente para vocês…Será que vai ser sempre assim?

O que garanto por hora é que farei meu melhor.

Talvez meu melhor seja parecer uma louca desvairada escrevendo cartas para filhos que não existem. Soar como uma solitária desesperada em busca de um homem que queira ser pai.  Uma perdida em meio à tantos projetos, tarefas, desejos e planos que nenhum pareça se tornar concreto um dia.

Ou talvez seja uma manifestação sincera da vontade absurda que todo ser humano tem de amar e construir uma família (será que sou a única a admitir isso?). E nem precisa ser de comercial de margarina, não faço questão.

É só uma vontade constante de amar infinito, sentir borboletas no estômago e viver de sorrisos grátis. De dormir junto e acordar despenteado todos os dias.  De ter problemas financeiros, e resolver juntos. De chorar e ter um colo sem precisar de ensaios ou explicações pra isso. De estar presente e fazer a diferença. De ser melhor e se sentir melhor em tudo que tem ele. Não porque eu sou dele ou porque ele é meu, mas porque escolhemos e gostamos assim.  De ter filhos não por conveniência, mas por amor. Planejar uma vida juntos.

Tô muito errada? Ah, sei lá.

Enfim, talvez vocês nem cheguem a existir (e mesmo assim eu já os amo).

Já é um bom começo, não?