Decifra-me ou vou embora


Você tem que entender que ela se eterniza como uma fotografia clássica.

É preciso que se tenha atenção aos pelos dela para deixar que os seus próprios se arrepiem. Ela vai desacelerar a cena quando jogar o cabelo pro lado e fazer com que você veja o mundo em câmera lenta. Sabe aquele sorriso meio safado e meio esnobe de quem acabou de acordar e ainda não abriu direito os olhos? Foi ela quem ensinou o mundo a melhor maneira de tê-lo.

Atenção ao despi-la porque ela já ditou o desafio: ou você a devora de vez ou ela vai embora. E ela quer que você use os dentes para isso.

Você deve se perder na bagunça dela. Ela é totalmente fora de ordem e gosta desse jeito. É que ela brinca com você sem você se dar conta. Não é inocência, rapaz. É determinação mesmo. Ela sabe que pode deixar uma fresta aberta na porta do banheiro só para que você a veja de calcinha e com a maquiagem meio borrada.

Ela quer que você a devore com os olhos, com as mãos e tudo mais. Invada a intimidade dela enquanto ela permite que o seu olhar a atravesse de vez.

Você pode encarar a audácia dela. Só não pode querer tirá-la daquele lugar. Não percebe que ela posa como se você rabiscasse cada curva dela numa tela em branco? Ela quer ver a sua versão do mundo dela.

Ela é ansiosa, rapaz. Mas se antecipa porque adivinha todos os seus movimentos. Porque ela tem uma ingenuidade sensual que só pede para ser devorada aos poucos e com deleite. Não a tire de si mesma, mas faça com que ela queira sair um pouco de si e ser tua de um jeito um pouco louco e nu.

Você precisa aceitar os modos dela. O jeito despretensioso de quem lê histórias em quadrinhos revela uma personalidade baseada nas mais diversas vilãs e mocinhas de todos os tempos.

E ela já cansou de heróis, de resgates, dessa coisa toda de menina-mulher que todo mundo conta. Ela quer escrever uma história com você, sem você, por essa noite ou na manhã seguinte. Não importa. Só deixe que ela quebre as regras e o conduza. Ela vai segurar a sua cabeça e agarrar os seus cabelos com força.

Deixar que ela seja convencional é uma afronta.

E chega de porquês na história. Vai logo! Devore-a de uma vez. Ou ela vai embora.

 

SAIDAQUI!

Ps: Trechos adaptados do texto de @danielbovolento

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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1 comentário

  1. Amei!

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