Exaustão
Gosto de me sentir exausta.
De andar até a perna doer, de pedalar até o corpo pedir água (de côco, por favor). Chame de sádica se quiser, mas adoro a sensação de ficar dolorida pós-exercício.
É uma soma de adrenalina e libido tão grande, que, na mistura do sentimento de missão cumprida só dão mais vontade de continuar.
Porque nada nem ninguém nunca me incentivaram à nada em relação aos exercícios. Nunca tive exemplo, nunca me espelhei em ninguém. As pessoas mais próximas e importantes que tive/tenho não ajudaram muito nesse quesito.
Acho que todas as vezes que me exercitei, foi pensando em emagrecer. Nunca foi por prazer, e não está sendo diferente dessa vez. A única diferença é que agora eu tenho consciência dos meus objetivos, e entendi que no mundo do sofrimento para manter um corpo saudável (pelo menos pra mim) somos eu e eu.
Eu sou meus anjos, eu sou meus demônios. E foda-se se alguém vai falar mal, criticar ou achar que estou fazendo errado. Não me importa o que você pensa do meu exercício, do meu corpo ou da minha força de vontade para chegar onde eu quero.
E de novo, por isso talvez eu goste tanto dessa sensação de exaustão: pra calar a boca de quem acha que eu não tente o suficiente, ou que ache que eu comecei tarde demais a cuidar de mim. Ficar exausta me desliga um pouco do mundo de paranoias e vergonhas do meu próprio corpo por algumas horas.
É a paz na consciência que eu preciso, antes de deixar que as lágrimas escorram pelos mesmos motivos; como já faziam há anos.
“Keep walking. Or cycling. But keep doing it.”
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