Vida, cadê meu briefing?

É muito imediatismo pra pouca necessidade nesse mundo. Vejo gente que quer tudo pra ontem, mesmo quando não sabe exatamente o que quer. E a culpa se torna minha, quando a bola de cristal não funcionou o suficiente para adivinhar o que as pessoas TALVEZ UM DIA quisessem quando comentaram algo.

E o mal da vida é virar um emaranhado de briefings mal descritos e excesso de cobrança para o que não foi solicitado: só pelo prazer de ver a gente se tornar feito de incertezas, medos e inseguranças daquilo que outrora parecia tão bom e certo.

A dúvida toma conta e a gente vai deixando que a ideia de que a culpa é nossa se instale em cada entranha que nos permite ser humano. Aquela vontade absurda de abraçar o mundo e resolver todos os problemas dele vai perdendo forma e num dia cinza e chuvoso qualquer, a vida dá entrada no processo de um súbito desejo de que tudo se exploda e vá pro quinto dos infernos mesmo.

Desse dia em diante, não faz mais diferença se o que você faz é certo, errado, bom ou ruim: você só o faz. Por necessidade e com falta de vontade. Ou para de fazer, de vez.

Tudo porque um dia, faltou planejamento nos detalhes. Faltou detalhes no escopo da vida. E você se frustrou por se sentir culpado em não ter uma bola de cristal, mesmo sabendo que elas não existem.

Oh, vida, sua puta ingrata! CADÊ MEU BRIEFING?

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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