Eu devia ter dito
Eu devia ter dito antes do quanto gosto da cor dos seus olhos e de como eles me encantam todas as vezes que encontram os meus. Devia ter te explicado que aquele sorriso bobo que me escapa da boca sempre que você está por perto é involuntário. Que, se eu pudesse, o evitaria.
Devia ter agradecido mais vezes por você ter aparecido em minha vida e deixado ainda mais claro que você é, sem sombra de dúvidas, uma das pessoas mais lindas (por dentro e por fora) que já conheci. Isso explicaria também os suspiros que me escapam enquanto escrevo este texto.
Sua gentileza e educação sempre foram meu exemplo e minha vontade de estar perto. A prova viva de que ainda há esperança para a humanidade. Humanidade esta que em você tem de sobra, por sempre pensar na felicidade alheia antes da sua própria. Sabe, ninguém nunca me respeitou tanto ou foi tão cavalheiro comigo. Se eu pudesse, pediria para todas as pessoas do mundo serem um pouco mais como você.
E eu, sempre tão esperta e metida a besta me desconsertei numa carta. Num papel de jornal rabiscado por ti, dizendo tantas verdades que talvez o coração não aguentasse. E naquela dúvida de entender as reais intenções de tudo aquilo, me deixei afastar. Aquietar o ânimo, a ânsia, a vontade.
Prevaleceu o respeito, e deixei tudo aquilo se tornar só uma chama branda que não mais queimasse o peito. Mas tem coisas que a saudade não escolhe sentir, e você é uma delas. Juro que se eu pudesse escolher, teria sido diferente.
Eu continuo aqui, respeitando todas as decisões tomadas sem mesmo que qualquer pergunta tivesse sido feita. Sei que nossos olhares se entenderão pra sempre, e que sempre haverá mais pessoas para fazermos felizes antes de pensarmos em nós mesmos.
Eu devia ter dito antes que gosto de você. E mesmo tarde, estou aqui dizendo.
SaiDaqui!
