Então tá.

Então tá. De tudo aquilo que a gente era, o que ficou afinal?

O que somos nós senão uma caixa de sapatos velha, com juras de amor eterno que não duraram uma eternidade. As fotos dos amigos para sempre que já não são amigos. Um par de tênis velho que te acompanha desde sei lá quando. Ou ainda a memória que já não se tem daquilo que talvez jurou não esquecer nunca.

 

texto Então tá   por @Amanda arm

 

Somos tudo isso, misturado aos amores que sempre sonhamos e ainda não tivemos. Os planos que juramos que não faríamos, mas vivem escondidos no fundo da memória. A vontade de dar a volta ao mundo, ter um filho, plantar uma árvore ou escrever um livro. Somos a intenção de ser melhor, mais rico, mais magro, mais amado ou mais bonito.

Além disso, somos o limbo que mistura o que éramos e o que seremos. Uma mistura que vez ou outra nos permite parar para reler as cartas e ver as fotos da caixa de sapato antiga, forçando-nos a fazer ainda mais planos: rever o amigo, reconsquistar um amor passado. Pedir perdão. Perdoar.

De tudo que somos hoje, somos o melhor que o passado e o futuro nos reservam. As melhores possibilidades daqui pra frente, somadas aos melhores acertos de antes de agora. Como se fosse uma melodia desafinada, desajustada, toda desequilibrada.

Melhor ainda: É como se vivêssemos no êxtase e na delícia da angústia de esperar que aquela pessoa chegue do nada, apenas se apresente e diga o porquê de gostar tanto de nos tirar do sério.

Vai dizer que não vale à pena?

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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