Abrace o caos

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Eu adoro o caos[bb].
Espera, vamos começar de novo: eu não sou sadomasoquista; mas sim, eu adoro o caos.

Porque desde muito cedo eu tive que aprender que ele sempre vai existir, e é daí que vem a nossa obrigação de aprender como lidar com ele. No meu caso foi um pouco à força.

Perdi meu avô favorito, meus pais se separaram e eu saí de casa aos 17. Passei dificuldade financeira, fui traída pelo então namorado e saía todos os dias de casa às 6h pra voltar depois da meia noite. Viajava todos os dias pra trabalhar. Mudei de estado, de emprego, de amigos, de namorado. Casei. Separei. Perdi um dinheirão. Passei dificuldade financeira novamente. Mudei de carreira. Comecei do zero. Mudei de novo de estado, vim pra enorme cidade de SP e tive mil empregos diferentes. Tomei no cu mais infinitas vezes (profissional, financeira e amorosamente).

E acreditem: eu nunca fui uma pessoa triste. Nada disso abalou meu bom humor, minha visão otimista da vida. E o mais importante de tudo: eu nunca me fiz de vítima. 

Eu nunca soube o que é calmaria, e aparentemente, não vou saber. Mas no fim das contas, eu percebi que isso é bom, porque se não fosse o caos, talvez eu não fosse metade da mulher que me tornei.

Ter saído de casa tão cedo me trouxe sede de conquista e aos 18 anos, financiei sozinha minha primeira casa. Nunca ter ganho um carro dos meus pais fez com que eu valorizasse muito mais o uno podrão que comprei sozinha. Trabalhar e estudar tanto me renderam faculdade pública e dois MBAs antes dos 23. Ser flexível e adaptável às tantas mudanças me tornou madura, e confesso que conheci as melhores pessoas da minha vida em todo esse vai e vem que a vida me trouxe. Mudar de carreira me fez mais feliz, por já ter provado algo que dava mais dinheiro mas não me completava, e a certeza de que fazer mais do que me faz bem, mesmo que não pague tanto, é melhor.

E não se enganem: a vida continua caótica, mas eu sou completamente feliz com ela do jeitinho que está.

Acho que se pararmos para refletir, não existe história boa sem caos: nos filmes, nos contos de fadas, nas histórias que nossos amigos compartilham conosco no boteco.

Tudo de amargo que a vida traz, é pra que a gente aprenda a transformar em doce. Eu percebi há tempos que é uma arte conseguir sorrir no caos e que, somente pessoas que tem essa habilidade são realmente felizes.

Não existe nada tão ruim que a gente não consiga dar um jeito. Reclame menos, faça mais.
Abrace o caos.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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