Leia ao som dessa música.
Menino, se arruma que chego na sua casa em 10 minutos. Não pensa muito e fecha os olhos. Me dá a mão que eu te levo; deixa que eu decido por nós dois. Entra no carro sem pestanejar, sem hesitar, sem piscar. Nós vamos sem rumo pra qualquer lugar (que não seja aqui).
Quero mato, quero calma, quero só nós dois e as estrelas de testemunha pra tudo que eu tenho pra dizer olhando nesses olhos de indeciso e dissimulado. Senta aqui ao meu lado, faz carinho no meu pescoço enquanto eu dirijo e escuta essas músicas que dizem tudo que ainda não tivemos coragem de dizer.
Fecha os olhos e sente o cheiro doce que fica no ar quando o seu perfume se mistura no meu. Inspira forte pra registrar o cheiro na memória e logo disfarça com uma piada qualquer que me deixe sem graça, só pra eu não notar sua falta de jeito.
Fala de qualquer coisa boba, enquanto timidamente me fita os trejeitos e se embaralha em pensamento, em sentimento e em tudo que o bom senso não deixa dizer. Fala do seu passado e aos poucos constrói aquele muro invisível que já virou hábito, só por precaução.
Carrega minha mochila e fica sem graça (apesar de visivelmente feliz) quando minha mão encontrar a sua sem querer. Perde o jeito, a fala e a cor quando a recepcionista da pousada nos trata como um casal, mas não o nega. Baixa a cabeça e me segue, que eu sei muito bem o que estou fazendo.
Essa é a parte da minha vida que eu chamei de chance.
Para de pensar em tudo, menino, que a vida fica mais bonita quando a gente solta um pouco a rédea e perde o controle. Quanto tempo você ficou aí perdido em pensamentos? Vem, vamos pra cachoeira que eu já coloquei meu biquíni estampado.
Anda em silêncio comigo de mãos dadas e escuta esse monte de barulho que a natureza mandou, só pra disfarçar a rapidez em que meu coração tá batendo agora. Pula aqui nessa água azul e gelada, pra deixar lavar a alma e levar embora nossos medos.
Chega perto devagar e quase ao alcance das mãos, para aquele um segundo pra me olhar bem fundo, só pra não precisarmos dizer mais nada no momento seguinte. Me puxa pra bem junto e me pega o pescoço. Beija minha boca de um jeito molhado, quente e demorado.
Para mais um segundo e me beija de novo, agora leve, sorrindo e aliviado. Me enrosca em ti e fala baixinho que esperou muito por isso, e que agora não vai mais me deixar fugir. Sente comigo como o tempo diminuiu o ritmo, enquanto nós aumentamos o nosso. Perde a vergonha, o pudor e a resposta sempre na ponta da língua enquanto eu te beijo o pescoço e digo que te quero. Agora.
Sente meu corpo todo eriçado roçando no seu. Minha boca quente suspirando baixo no teu ouvido enquanto sua mão encontra minhas costas e vagarosamente percorre até embaixo, e passa pra frente. Sente meu sexo quente e me aperta forte, como quem diz sem palavras que já não dá mais tempo de esperar: escolhemos o perigoso caminho de foder E fazer amor.
Se encosta bem perto enquanto desamarra a parte de cima do meu biquíni. Me beija as costas, os seios e percorre a mão quase tremendo por cada milímetro do meu corpo. Me decora. Me namora.
Puxa de lado a parte de baixo do meu biquíni e bem devagar, me penetra. Fecha os olhos e sorri enquanto eu abafo o gemido com meu próprio indicador entre os dentes. Sente todo seu controle indo embora, sente esse prazer que você tanto temia sentir. Sente minha vontade, meu carinho e meu sentimento em formato de sexo. De pele na sua, de beijo de língua, de gozo quente escorrendo entre as pernas.
Sente o contraste que meu desejo cria com a água gelada e o suor que escorre entre a gente pra salgar o beijo.
Me põe no colo e acelera o ritmo. Sente por um segundo aquela pseudo-raiva em ser tão bom (ou ainda melhor) do que você já tinha imaginado. Olha fixo no meu olho e goza sem medo, sem pudor. Treme de leve e me abraça forte, enquanto ainda recupera o fôlego.
Escuta meu riso doce, leve, sincero e aliviado enquanto te beijo a testa e digo que já quero mais. Me conduz vagarosamente pela mão, me enrola na toalha e me leva de volta, com a pressa de adolescentes que já não somos e toda aquela saudade do que ainda não vivemos, mas que agora tem uma chance.
Só entra no carro, menino. É tudo que eu peço.