Segunda Cultural 6: Johnny Cash, uma Biografia (EM HQ!)
Transportar o universo musical para os quadrinhos nem sempre é tarefa fácil. Ainda mais se o tema da publicação for a vida de uma das maiores lendas da música internacional cuja trajetória foi marcada por sucesso, drogas, tragédias e histórias de amor. Mas o trabalho Johnny Cash: Uma Biografia (Editora 8Inverso, 224 páginas, R$ 44) está à altura da glória e do drama vivenciados pelo saudoso cantor e compositor norte-americano.
Em traços simples, porém fortes, acompanhamos o nascimento de seu amor pela música, primeiro ligado ao gênero gospel e depois voltado ao country. Mais velho, decide deixar para trás as colheitas para morar na cidade grande, onde conhece sua mulher Vivian e se alista no exército para conhecer o mundo. Cash conhece Marshall Grant e Luther Perkins, que se tornariam seus grandes parceiros no grupo Johnny Cash and The Tennessee Two.
O sucesso da banda fez com que conhecesse a anfetamina, que, segundo ele, dizia ajudar a não dormir e ter energia bastante para diversas sessões de música e bebidas. Com o passar dos anos, o uso de drogas fez com que o cantor se arruinasse. Vieram confusões em shows, vida amorosa abalada e algumas visitas à prisão.
Na biografia, não poderia faltar a figura da cantora June Carter, grande companheira de Cash durante sua vida apesar do relacionamento com Vivian. A ligação entre os dois músicos parecia tão certa que, ao se conhecerem, ele disse: “Sempre quis te conhecer. Tenho pressentimento de que um dia a gente ainda vai se casar, eu e você”.
A trajetória de um ícone do rock não seria completa sem o encontro com outras grandes figuras da música, caso do Rei do Rock Elvis Presley (1935-1977), de quem o biografado foi amigo, abriu apresentações e fez algumas gravações. Quem também participa é Bob Dylan, com quem discute sobre a Guerra do Vietnã, a vida e, claro, música.
Além de páginas sobre a trajetória do cantor, Johnny Cash: Uma Biografia apresenta ilustrações baseadas nos pequenos contos que regem algumas de suas composições. Ganham forma obras como A Boy Named Sue, Big River, Don’t Take Your Guns to Town e Bull Rider.
Com tradução do jornalista Augusto Paim, o livro é um projeto do alemão Reinhard Kleist, que tinha a ideia inicial de trazer até as HQs um pouco do mundo da música. Após algumas pesquisas, encontrou na história do homenageado a fórmula que procurava – e acabou tornando-se um grande fã do cantor.
Lançado originalmente em 2006 na Alemanha, o trabalho rendeu a Kleist alguns prêmios nacionais do ramo. Sua nova aposta é a biografia do cubano Fidel Castro, na qual trabalha atualmente e tem previsão de lançamento para 2010 em sua terra natal.
A HQ se assemelha com a linha seguida no roteiro do filme Johnny & June (2005), de James Mangold. Até mesmo quando enfoca o famoso show de 1968, na prisão de Folsom, na Califórnia, como um dos principais momentos da carreira de Cash. A apresentação rendeu-lhe o álbum At Folsom Prison, lançado naquele mesmo ano.
As páginas finais são destinadas à Galeria Cash, dedicada a alguns desenhos feitos por Kleist e que demonstram o estilo que o Homem de Preto pregava tanto e que virou sua marca registrada.
Caso você não conheça o (fodástico) trabalho de Johnny Cash, não há nada que a internet não pode lhe ajudar. Recomendação pessoal: I Walk The Line. Mas quem sou eu para dar pitacos sobre o saudoso cantor.
Vale o investimento.
PS: Ia escrever sobre esse livro já. Mas vi aqui o post e achei muito bom! Agora SAIDAQUI!
“I’ll let you down…I’ll make you hurt” – Adoro essa frase de Hurt. Só pra constar.
29/03/2010
Estão saindo umas biografia muito boas em HQ. Não sabia que você curtia quadrinhos e MUITO BOA a resenha. Para quem não curte HQ, #Ficadica
Beijos
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29/03/2010
Essa biografia é sensacional. Não posso dizer que é a mais completa mas por ser um comic prende muito a atenção, mesmo de que não é fã de comic, pois retrata BEM o que está passando naquele momento.
Pra quem gosta de Cash é MUST HAVE.
😀
PS.: Obg pelo presente 😛
31/03/2010
Esse e um cara que eu respeito.
[]’s