Sugestão de música para o acompanhamento da leitura está AQUI.
Foi no teu cheiro que eu senti minha razão escorrer pelos dedos. Ali, envolvida no calor do seu abraço e de cabeça enfiada no teu peito eu só consegui pensar em uma palavra: “FODEU”.
Perdi a palavra, o senso e o juízo só pra poder respirar fundo mais uma vez e tatuar teu cheiro em mim. Sem dizer nada (sabíamos, não precisava; já que teus olhos me despiram até a alma em alguns poucos segundos), te entrelaço as mãos e mordo os lábios num sorriso que encara o chão, meio que num convite silencioso à conhecer meus lençóis.
Então, me jogo na cama e te olho com desejo; não consigo deixar de pensar “que sorte a minha” enquanto te vejo descalçar os sapatos e sustentar de volta um olhar que transmite ternura e tesão ao mesmo tempo. Como você consegue?
Meus pensamentos são imediatamente interrompidos quando te vejo a 5cm de me beijar, com um sorriso que me desconserta inteira e me arrepia dos pés à cabeça. Seu beijo é leve, doce, molhado, intenso e faz minha respiração parar por alguns instantes. Eu solto uma mistura de ar ofegante com gemido tímido, meio que sem querer, só de sentir seus dedos me provocarem o sexo.
Percebo nessa hora que mal começamos e já estou encharcada de tanto desejo e prazer; adoro ler sua cara de quem percebeu o mesmo. Você então leva o dedo à boca, prova meu sabor e fecha os olhos por um segundo, degustando amor líquido pra então me penetrar os dedos recém molhados de saliva e vontade.
Eu não me contenho porque sei que com você, posso ser eu mesma. Eis que num sussurro, quase te imploro: “me chupa?”. Você me beija e se escorrega pra explorar com essa sua língua sabor morango cada pedacinho de mim. Tenho que me controlar para não gozar em sua boca e num tom já mais mandatório, te peço: “deita aqui, agora é minha vez”.
Me inclino e me empino pra poder te sentir caber todo na minha boca, que tem gula e pressa de te dar prazer. Te aprecio, te lambo, te chupo e te encaro como quem confessa que está feliz em ver e fotografar na memória essa sua cara de tesão tentando ser controlado. É quando você solta um despretensioso e quase inaudível “ai, caralho” que eu não resisto e me engatinho pra cima de você, pra sentar BEM devagarinho nessa primeira vez com tom de intimidade antiga inexplicável.
Eu não sei dizer ao certo quanto tempo durou nossa primeira vez, mas sei que parei de contar no meu terceiro gozo. Seu sorriso no canto da boca era uma afronta! Parecia quase um pedido pra que eu gozasse de novo; e eu me deixava ir, completamente encantada (e já perdidamente apaixonada) entre beijos, cabelos, olhares, sorrisos, suor e apertões.
A cada nova posição, o encaixe parecia ficar ainda mais perfeito e milimetricamente feito sob medida pro teu corpo no meu. Seu prazer incansável de me penetrar me dava ainda mais tesão e vontade de viver te assistindo ali, tão perto e tão dentro de mim.
Gozamos. Olho no olho. Nem uma piscada pra não perder esse momento de fogos de artifício em nós.
Me desmontei no teu abraço e soltei um “puta que pariu” bastante sonoro: única reação possível pra tentar selar o que senti ali, naquele momento.
Minutos mais tarde, no aconchego do teu abraço, foi quando você sussurrou aquela frase tarada e romântica em meu ouvido que eu soube: é você.