Estrelas no olhar, e música no coração

Ela tinha estrelas no olhar.

Ele, música no coração.

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Nem se imaginavam conhecer. Acreditavam em tanta coisa que já era considerada cafona que preferiam nunca dizer nada. Limitavam-se em sentir.

Mas sentiam sozinhos, cada qual em seu quarto vazio e solitário. Vez ou outra revirando fotos antigas, chorando baixinho sem razão aparente, ou ficando quietos no escuro, aguardando o sono em meio à pensamentos loucos e abstratos.

Talvez nunca se encontrariam. Talvez não fossem nada. Talvez se cruzassem no boteco, sem reconhecer-se.

Mas ambos sabiam melhor. A vida tinha que ter reservado alguém. Ela havia de encontrá-lo.

Ele já havia desistido. Provou muitas erradas, até se convencer que não existia uma certa.

Ela sempre se enganava. Achava que sentia borboletas no estômago, e descobria mais tarde que não eram.

Ambos seguiam cabisbaixos e desanimados. Não que fossem infelizes. Mas “se sabiam faltando”.

Alguém que tocasse violão e a deixasse vermelha. Que o fizesse cafuné até cair no sono.

Que a pegasse no colo no meio de todo mundo. Que o surpreende-se todos os dias.

Que ficassem bêbados juntos, e envelhecessem de mãos dadas.

Que transassem com se não houvesse amanhã. E que assistissem juntos o nascer do sol.

E enquanto ele sonhava acordado, dedilhando as cordas do violão já velho, encostado na cabeceira da cama, ela escrevia sobre a história de duas pessoas que se amavam sem mesmo se conhecerem. E que talvez nunca se encontrassem.

Ps: O texto é de 2008. Achei em meio à papéis antigos que estava fuçando ontem. 😉

Ps2: SaiDaqui =p

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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