Eu sonhei a vida toda em viver um grande amor. Então, quando já havia quase perdido as esperanças, ele aconteceu (e muito melhor do que eu imaginava). Aí eu casei, com toda a certeza do mundo e com uma alegria que quase não coube no meu peito.
Mas isso é história pra um outro texto. Nesse, quero eternizar nossa história contada aos olhos de terceiros, coisa tão linda e gostosa de ler que replico aqui pra ter sempre à mão quando quiser reler.
Segue o texto, escrito por Carla Moro (uma amiga dos tempos de escola, agora escritora), sobre nós dois:
“Essa história não é para aqueles que se creem supersticiosos. Também não é para aqueles que não acreditam que o amor pode chegar rápido e se fortalecer em apenas alguns meses.
Essa história carrega a energia do número 13 e a confiança de que sorte ou azar não podem ser determinados por um número, nem o tamanho do amor, tampouco, pode ser determinado pelos dias de um calendário.
Tem amor que chega e abre portas e janelas e quebra paredes e muda todas as cores porque é tão grande que não há telhado que cubra, não há espaço que comporte. A Amanda e o Junior têm para si esse amor.
O casal se conheceu há 13 anos, em uma festa de família. Família de seus respectivos acompanhantes. Que azar, os supersticiosos diriam. Mas a superstição nasce do medo.
Quando a Amanda e o Junior são apresentados e se abraçam e se reconhecem nesse abraço, não há medo. Tanto não há, que a amizade que começou naquele churrasco na casa de desconhecidos em Americana, persistiu pelos anos que foram fazendo volume no calendário.
Junior casou-se e teve um filho, a Amanda se mudou de cidade e até de país. Nunca deixaram de se falar, principalmente depois que o Junior adotou uma cachorrinha que tinha sido resgatada pela Amanda. Se o amor não pode ser determinado pelos dias de um calendário é porque ele certamente encontra seus próprios meios e suas próprias medidas.
“E o coração, como tá?”, perguntou a Amanda há pouco mais de sete meses para o Junior. Coração é porta. Não se entra em uma casa sem ser pela porta, a não ser que você não seja convidado.
Quando o Junior saiu do elevador, no andar do apartamento da Amanda, em São Paulo, ele teve tempo de olhar para todas as portas. Aquele seria o primeiro fim de semana que passariam juntos depois da pergunta que deixou o Junior sem palavras.
Amanda é mulher que atropela e de um sorriso enorme. Coincidentemente ou não, o Junior tem o mesmo sorriso. A Amanda estava esperando na última porta que ele olhou. No abraço, reconheceram-se novamente.
Superstição é medo, mas medo criado pela repetição. Se 13 anos foram necessários para o amor encontrar a porta certa para bater, 13 de julho foi a data do pedido de namoro, logo depois da visita a São Paulo. Treze de setembro foi a data do pedido de casamento. Um pedido que aconteceu em uma festa de família, como quando se conheceram. Mas, dessa vez, a família certa, o companheiro certo, a certeza. Amor é certeza, me diz a Amanda. E nem os supersticiosos poderiam duvidar.
O número 13, data também do casamento, é conhecido desde a Antiguidade como número do azar, dono de uma energia ruim. O número 1 e o número 3 representam, separadamente, aquilo que vai contra todas as regras, que gosta do que é novo e original. Assim o Junior define esse casal: contra as regras, acredito que sem nem mesmo saber da simbologia do número que os persegue.
Mas esse casal não é supersticioso. A soma do número 1 e do número 3 é 4, símbolo daquilo que é estável e verdadeiro, prático e calmo. Mas isso são só números, e números só contam para os supersticiosos. O amor da Amanda e do Junior tem seus próprios meios e suas próprias medidas. Que sorte a deles!”