I’m back, bitches!
Para os que não sabem, tirei férias com minha lindíssima mamãe e decidimos explorar a terra da bota. Como fiz um roteiro extremamente detalhado e cheio de informações úteis, decidi acrescentar minhas impressões e experiências pessoais e compartilhar com vocês por aqui, na esperança de que seja somehow útil no caso de você querer conhecer a Itália um dia.
OBVIAMENTE, cada pessoa tem um objetivo de viagem e/ou gostos diferentes. Eu, por exemplo, tentei fazer um roteiro “meio termo”, mesclando arte e história, culinária, vinhos, shopping e cultura local.
Vamos começar por respostas básicas:
Porque a Itália?
Primeiro porque é a número um em turismo cultural. Segundo porque a gastronomia é incrivelmente maravilhosa. Terceiro porque é o país da Europa com mais beleza, multifacetas e diversidade (e por ser pequeno, dá pra conhecer de cabo a rabo). Pela quantidade de turistas, fácil saber que a hospitalidade deve ser boa (além das pessoas terem fama de boa pinta)!
Qual a melhor época do ano para ir?
Dezembro e janeiro – Época fria e úmida em todo o território. Bom só para programas em lugares fechados (museus, palácios, restaurantes, etc) e para esquiar na neve.
Fevereiro – Um pouco menos frio do que no auge do inverno, mas ainda úmido
Março – Final do inverno. Não é o ideal, mas é uma opção para quem não pode ir nos melhores meses.
Abril – O começo da melhor época em todo o país.
Maio e junho – Melhor época para visitar o país.
Julho – Ótima época em todo o país, exceto nas cidades do interior do centro-sul, onde faz um calor abafado.
Agosto – É a época mais quente e cheia de turistas em todo o país (além de ser festividades do povo local, quando muitos estabelecimentos e atrações fecham).
Setembro – Ótima época em todo o país.
Outubro – As temperaturas são mais baixas, mas ainda razoáveis; começa a estação mais chuvosa em todo o país.
Novembro – Um pouco menos frio do que no auge do inverno, , mas ainda úmido.
Como conseguir melhor preço de passagem?
Aqui, a palavra-chave é antecedência: quanto antes você comprar a passagem, mais barata ela sairá (salvo raras exceções e promoções). O que posso dar de dica é busque em várias cias aéreas e também em sites como o Decolar.com. No meu caso, por exemplo, eu cheguei por Milão e voltei por Roma, fazendo duas compras de trecho único em diferentes cias aéreas, com preço médio de ida e volta por pessoa com taxas na casa dos R$3.500,00 (compradas com 2 meses de antecedência).
O que levar na mala?
Claro que depende da época que você vai. Porém, considerando que você vá entre as melhores datas descritas acima (primavera, média de 10 a 25º), pode tomar como referência minha mala:
- 2 tênis (sério, anda-se muito por lá: LEVE TÊNIS)
- 1 chinelo (mesmo nos hoteís mais limpos do mundo, tome banho de chinelo!)
- 1 bota confortável
- 1 sapatilha (opcional, pra sair à noite)
- 2 calças jeans
- 3 leggings
- 15 pares de roupas íntimas
- 1 moletom
- 1 jaqueta de couro
- 2 lenços
- 10 camisetas
- 6 blusinhas mais bonitinhas
Nota: evite levar peso em excesso, já que você terá que carregá-las pra lá e pra cá em trens e afins durante toda a viagem.
Qual a documentação necessária?
O Tratado de Schengen (do qual a Itália faz parte), permite a livre circulação de pessoas entre esses países, além de ter abolido a necessidade de pedido de visto para os cidadãos brasileiros que viajam para a Europa.
Porém, a única obrigatoriedade da Europa é que o seguro viagem tenha uma cobertura mínima de 30 mil euros em assistência médica para entrar por lá. Como base, o valor médio por pessoa para 15 dias é de R$180,00.
Como se comunicar?
A língua oficial é o italiano. Claro que você não precisa falar fluentemente, mas a dica aqui é saber frases básicas para início de conversas e para garantir que você seja bem atendido nos lugares sem ser passado para trás (apps como o Duolingo podem te ajudar facilmente nessa missão).
E se você não sabe inglês, não se preocupe: a maioria dos italianos tampouco sabem. Vale mais à pena arriscar um português ou espanhol lentos que a comunicação fica garantida!
E 3G? Wifi? Compro um chip?
Eu fui com a mentalidade de já comprar um chip de dados logo ao chegar, porque não vivo sem internet. Porém, fui percebendo que EM TODO E QUALQUER LUGAR tinha wifi (no trem, nas estações, nos cafés, nos restaurantes, nos pontos turísticos…em tudo!) e acabei desistindo da ideia. Não senti falta nenhuma de um chip, e olha que sou internet freak.
Quantos dias de viagem?
A minha durou 15. E por experiência, não faltou nem sobrou tempo: conheci tudo que queria do país todo.
Qual o roteiro?
Deixo aqui o roteiro das cidades que eu fiz, e não me arrependi de nenhuma: Milão > Veneza > Murano > Florença > Pisa > San Giminiano > Siena > Assis > Roma (do roteiro todo, teria trocado um dos dias em Roma por Nápoles, mas o dinheiro e o tempo não colaboraram).
Como se locomover?
O meio mais rápido e barato entre cidades da Europa é o trem. A dica para uma viagem de 15 dias para economizar tempo e dinheiro na Itália, é você ter no máximo 4 cidades base e fazer bate e volta para as cidades menores de trem. No meu caso, as bases foram Milão, Veneza (continente), Florença e Roma. Quer uma ideia de preços de passagem de trem?
- milão > veneza R$90
- veneza > florença R$90
- florença > assis (ida e volta) R$110
- florença > roma R$65
Agora, cada cidade em específico tem sua maneira mais prática e rápida de locomoção. Veja as que eu usei:
Milão: metrô (basta comprar nas máquinas automáticas de qualquer estação, e cuidado com as pessoas “solícitas” que ficam ali ao lado pra ajudar: elas querem gorjeta). Comprei o Bigiornaliero (R$30), que dura 48h e tem uso ilimitado. Não é pra jogar o bilhete fora, ok? Você entra e sai com ele. Para abrir a catraca da saída, você precisará colocar o ticket nela, e no caso de aparecer um fiscal, você deverá apresentar-lhe o bilhete.
Veneza: vaporetto (é como se fosse o busão de Veneza) e todos os ônibus de e para o continente. Custa uns R$120 por 48h de uso ilimitado.
Florença: nada. Florença é pequena e todos os pontos turísticos que visitei ficavam perto do hotel. Não gastei um cent de euro sequer com transporte público por lá.
Roma: Roma Pass 72h (R$150), que dá pra comprar antecipado (paga mais barato do que comprar na hora) e retirar direto no balcão em vááários lugares por Roma (inclusive tem um balcão no terminal de trem, onde peguei o meu logo ao chegar). Além de transporte público ilimitado 72h, inclui a visitação com fura fila para 2 atrações turísticas dessa lista (ou seja, no meu caso o pack coliseu-foro romano-paladino – que contam como uma atração- e castelo de sant’angelo estavam inclusos no valor.
Onde se hospedar?
A regra é clara: estude o mapa da cidade, encontre os pontos turísticos que quer visitar e encontre uma solução que caiba no seu bolso o mais perto possível no meio disso tudo. Em linhas gerais, locais próximos ao centro e/ou pontos turísticos são sempre uma boa opção. No caso de serem muito caros, opte por hotéis perto de transporte público.
Vou deixar os endereços e valores dos hotéis que fiquei como referência (lembrando sempre que não sou rica, não ligo pra luxo e hotel em viagem de férias pra mim basta ter boa cama e banheiro limpo, já que planejo sempre passar a maior parte do dia fora dele):
Milão (2 diárias): R$430
Hotel Degli Arcimboldi
Viale Sarca 336, Milan MI 20125
(hotel maravilhoso, perto do metrô, nada a reclamar)
Veneza (no continente, em Mestre – 3 diárias): R$670
Hotel Roma
Via Cesare Beccaria, 11, Mestre, VE, 30175 Itália
(hotel SUPER brega, mas muito limpinho e perto de pontos de ônibus para Veneza e para a estação de trem)
Florença (4 diárias): R$1400
Hotel Luxor Florence
Viale Fratelli Rosselli, 71, 50144 Firenze, Itália
(hotel super ok. Apesar do elevador pequeno e velho, recomendo)
Roma (4 diárias): R$950
Affittacamere Aries
Endereço Via XX Settembre 58/A – Área Via Veneto 00187 Roma
(Pense 2x. Esse era o único com café da manhã não incluído, além de ser bastaaaante simples, apesar de muito bem localizado).
Nota: valores com taxas não inclusas. Variam de acordo com a cidade, mas cacule uma média de 5 euros por dia, por pessoa. Somente em cash.
Que passeios fazer?
Como dito ali no começo desse post, eu montei um roteiro para agradar gregos e troianos, com um pouco de compras, de gastronomia, de passeios locais, de arte, cultura, história. Nada freak pra nenhum lado e modéstia a parte, acho que foram ótimas escolhas. Das coisas que pagavam pra entrar que fiz, consegui comprar todas elas antes de ir. Segue média de valores:
milão (terraço da duomo via elevador com fura fila): R$ 65
veneza (30min de gôndola compartilhada) R$ 95
toscana (excursão de bus para pisa, san gemniniano e siena + almoço) R$ 260
roma pass 72h – R$ 150,00 (2 museus à sua escolha. Eu usei para coliseu-foro romano-paladino – que contam como uma atração- e castelo de sant’angelo)
vaticano (museus vaticano, capela sistina e basilica de são pedro) – R$ 140
Lembrando que comprei todos eles antecipadamente nos sites oficiais ou em pacotes de turismo por valores mais baratos do que lá, na hora.
O que comer?
Escolha fazer um lanche no almoço, assim você aproveita mais o tempo para os passeios e a noite faça um ótimo jantar (merecido repouso e relax) até mesmo porque a Itália é um dos países mais famosos ao mundo pela gastronomia!
- Não vá em restaurantes muito próximos aos pontos turísticos, em geral eles são caros e a comida é ruim.
- A maioria dos restaurantes colocam o menu na entrada do mesmo, veja atentamente os preços dos pratos e bebidas, e veja quanto cobram (se é que cobram) de coperto, que é um valor por pessoa para usar os talheres, a mesa, os copos, etc (nem todos os restaurantes cobram por esse item).
- Na Itália é muito comum pequenos bares de Pizza a taglio, lá eles vendem pedaços de pizza retangulares por uma média de 5 euros.
- Apesar de na Itália uma refeição ser composta de antipasto (entradas), primo (massas ou risotto), secondo (carnes, peixes), contorni (acompanhamentos), insalata (salada) e dolce (sobremesa) você não deve se sentir constrangido a pedir tudo, mesmo que o garçom insista. Peça somente o que quiser (os “primos” são quase sempre mais baratos).
- Evite pedir sobremesa e digestivos nos restaurantes, pois eleva demais a conta. Prefira os sorvetes artesanais das “gelaterias” espalhadas pela cidade, que são maravilhosos.
- Cervejas e refrigerantes, muitas vezes, podem ser mais caros que um cálice de vinho. Fique atento!
- Prefira o vino della casa que são os mais em conta.
- Cuidado com o preço de algumas carnes que, às vezes, pode aparecer no cardápio o preço por cada 100 gramas (1 etto) apenas.
- A gorjeta, na maioria das vezes, não está incluída na conta, cabe ao cliente decidir o quanto deixar ao garçom (em média 10% do valor da conta). Se você foi mal atendido não tem obrigação de deixar nada.
Estimativa: € 35,00 por dia
Quanto custa?
Em resumo, passagens + estadias + locomoções entre cidades + alimentação + passeios + seguro viagem + dinheiro em espécie para gastar por lá, R$10.500 por pessoa.
Lembrando que quase tudo você consegue parcelar e comprar com antecedência, não pesando tanto no bolso quando diluído em suaves prestações.
E posso dizer? Vale cada centavo.
Bom, agora que você já sabe o básico para conhecer a Itália, nos próximos posts detalharei o roteiro por cidade (com considerações particulares) para que você possa adaptá-lo como melhor preferir. Enjoy!