De novo?
Trazia em si o olhar distante e cheio de silêncio. Era nada mais que a prova necessária pra entender que ali dentro o coração gritava. Sangrava. Escorria. Todas as vezes que sentira tal vontade de gritar, xingar e sair quebrando tudo o que tivesse pela frente, preferiu calar-se. Ausentava-se para não surtar.
Fechava-se no mundo que ela mesma construiu pra chamar de felicidade, onde todos os detalhes idiotas de outras pessoas valiam moedinhas de ouro e formavam um pote no fim do arco-íris.
No fim das contas, a falta de brilho naquele olhar, era quase um letreiro luminoso alertando que as pessoas são loucas ou burras demais para amar.
(E mesmo assim ela o fazia de novo, e de novo, e de novo).
SaiDaqui!