Em papel de pão

Sou dessas malucas apaixonadas por detalhes, que gosta de demonstrações de afeto em público. Volto a roer unha sempre que me dói o estômago e surto ao primeiro sinal de mentira ou omissão. Faço parte do time que não liga de chorar na frente do chefe, da mãe, do namorado ou de quem acabou de conhecer. Que conta a vida inteira em um minuto ou em trinta dias, dependendo de quem for o ouvinte.

Crio tempestades em copos d’água na opinião dos outros, mas pra mim são motivos de tempestades mesmo. Converso na hora e sempre, sobre tudo que me incomoda e não suporto silêncio quando as coisas não andam bem. Corrói, remói, destrói. Desanimo com tudo que não segue um fluxo bom, mas sempre só depois de testar várias alternativas. Recomeço sempre que acho necessário. Sou dessas que não gosta de ouvir não, mas que abaixa a cabeça por bons argumentos. Que faz a louca e bate de frente para expor minha opinião.

No fim das contas, acho que sou dessas que de vez em quando gosta e precisa ficar triste. Porque tenho a consciência que as coisas mais bonitas e sinceras vêm da tristeza. Talvez por isso eu goste tanto de chuva e me inspire tanto quando choro. Os textos mais lindos que já escrevi ficaram na minha cabeça, misturados com o choro e amargura dos momentos que vivi.

Desabafo tanto em palavras que o coração se aquieta e aquece com o sol que aparece depois da chuva. Preciso ter sempre com quem conversar. Sou dessas que acredita que príncipes encantados deveriam falar sobre contas, e planos e problemas. Gosto de ver um homem chorar. Me aproximo sempre dos sentimentos que se expõem em meio às lagrimas de um coração que transborda sentimento (bom ou ruim).

Sou dessas que gosta de comprovar que as pessoas que me rodeiam são humanas. Que elas têm problemas, angústias, anseios e planos, tanto quanto os meus. Sou dessas que precisa de reciprocidade constante pra poder se conectar melhor.

E você aí, deve estar me achando uma maluca, dessas que escreve sonhos de vida e declarações de amor em papel de pão. Dessas que diz “eu te amo” sempre que acha que deve. Quer saber? Sim, sou dessas.

SaiDaqui!

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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