Itália: Roteiro Veneza (3 dias)

Dia 1

Viemos de Milão e chegamos na Venezia Mestre de trem por volta de 15h. Notas sobre trens: eles são super confortáveis, porém possuem pouco espaço para malas. Assim sendo, seja esperto e entre antes no seu carro e poltrona indicados para botar a mala entre os assentos (tem um buraco que cabe uma mala média/grande entre cada encosto de assento) ou sofra pra disputar lugar perto das portas de saída, que também tem certo espaço – também limitado – para colocá-las. 

trem trem2

Na estação, tomamos um capuccino com panino de salame com mozarella e depois pegamos um taxi até Hotel Roma (Via Cesare Beccaria, 11, Mestre, VE, 30175 Itália). Optamos por ficar no continente (Mestre), e não em Veneza propriamente dita, porque ficava bem mais barato e o ônibus para os canais de Veneza passava ali pertinho a cada 20min, além de estar incluso no passe do Vaporetto (jajá eu explico o que é isso). Confesso que o hotel é BREGA. Mas o preço foi justo, o quarto estava limpíssimo e o banheiro, impecável.

quarto

Assentamos acampamento, tomamos banho e no fim da tarde fomos até a Osteria Al Diplomatico, sugerida pelo Santo Google nos arredores. Posso dizer que foi a melhor descoberta da viagem. 

Ambiente simples, mas super acolhedor, com lousas de vinhos branco e tinto (além de seus respectivos valor/taça) e um balcão central, cheio de comidinhas finger food típicas da Itália, tudo com preço por unidade. Aí você vai até o balcão, pede seu vinho, escolhe o que vai comer, eles te dão, você paga e vai pra mesa que quiser se divertir 🙂

Acho que gostei tanto porque acabei provando de uma só vez várias coisas diferentes, tipo orgia de sabores na mesma noite: vieiras (nunca tinha comido), mini lula (nunca tinha comido), arancini (bolinho de risoto), berinjela apimentada à milanesa, bruschetta de coração de alcachofra, salada de polvo (nunca tinha comido feito assim) e vááárias outras coisas.

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Minha mãe disse que eu parecia criança aquele dia, provando tudo e fazendo resenha mental do sabor. Achei fofo.

Bom, bucho cheio, nós cansadas e de novo levemente embriagadas (numa noite chuvosa), voltamos pro hotel dormir cedo que o dia seguinte prometeria em Veneza.

 

Dia 2

Tomamos café da manhã no hotel e saímos andar até a tabacaria (dois quarteirões pequenos) comprar os passes do Vaporetto (são barquinhos que funcionam estilo metrô nos canais de Veneza: passam a toda hora e fazem o trajeto completo. Aí você escolhe onde vai parar e desce no ponto escolhido. Os tickets do Vaporetto incluem também TODO o transporte público da cidade, como por exemplo os ônibus que usávamos para chegar de Mestre a Veneza e vice-e-versa. Compramos o de 48h porque iríamos dois dias seguidos pra lá. Custa 30 euros, somente cash e passa a contar a partir da primeira utilização) e atravessamos a rua esperar o busão pra Veneza (passa de 20 em 20min).

Super fácil de se achar e Veneza é a parada final: não tem erro. Descemos do ônibus e demos de cara com uma ponte enorme e maravilhosa, direto nos famosos canais de Veneza. De novo, aqui, cabe aquela sensação de não saber pra onde olhar e ficar boquiaberta por uns vários segundos, sabe?

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Dali, Vaporetto até o ponto da Piazza San Marco (praça principal de Veneza, popular pelo seu tamanho, imponência, pelos prédios em seu entorno e também, pela quantidade irritante de pombas que ali habitam. Aliás, cabe aqui uma curiosidade: é proibido por lei alimentar as pombas por lá. Particularmente, acho bem nojento tirar foto com pombas, mas cada um sabe de si – eu fiquei bem longe delas)  

piazza

Nos arredores da própria praça, podemos visitar a Basílica di San Marco (entrada gratuita), cheia de turistas mas sem perder sua beleza e imponência:

basilica

De um lado da basílica, a Torre do Relógio (Torre dell’Orologio), um edifício renascentista construído entre 1496 e 1499. O relógio mostra as horas, o dia, as fases da lua e do zodíaco. Duas estátuas de bronze (um homem mais velho e um mais jovem) batem as horas no sino (eles representam a passagem do tempo).

campanario

Do outro lado, podemos ver o Campanário di San Marco (construção pela qual a Piazza San Marco é mais conhecida mundo afora: tem quase 100m e subir todos os degraus para chegar no topo custa uns 10 euros.  Não pagamos, não sei dizer como é lá de cima):

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Coladinho no campanário, o Palazzo Ducale (Doge’s Palace), um palácio gótico que já foi casa do Doge de Veneza (sede do governo) é hoje um museu. Para quem quiser conhecer mais da história de Veneza, é bacana visitá-lo. Você pode comprar seu ingresso (inclusive para um “itinerário secreto”) com antecedência pela internet.

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Andando um pouquinho pra frente, encontramos a Ponte dos Suspiros (curiosidade: muita gente acha que a ponte tem esse nome por causa dos suspiros dos casais apaixonados que vão a Veneza, mas o verdadeiro motivo é porque essa ponte liga o Palazzo Ducale a Prigioni Nove – uma antiga prisão – e diz a lenda que os prisioneiros davam seus últimos suspiros de liberdade quando passavam por ela):

suspiros

Dali, decidimos seguir o conselho que todo blog de viagem nos deu: conhecer Veneza, verdadeiramente, é se deixar se perder pelas ruelas de Veneza (confesso que foi uma tentativa meio frustrada porque meu senso de direção, modéstia à parte, é bastante bom, mas valeu o rolê). Saímos andar sem rumo e descobrimos lojinhas (paramos fazr comprinhas básicas), restaurantes, vielas, pontes e vistas inesquecíveis:

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Com fome, decidimos voltar ao ponto mais próximo do Vaporetto e partir rumo à Ponte Rialto, a mais famosa de Veneza e a primeira a ligar as duas margens do Canal Grande. É realmente muito bonita, branca, com vários arcos e duas rampas bem elevadas (e no seu interior, várias lojinhas pra visitar). Encontramos um restaurantezinho bacana e decidimos sentar para almoçar (sim, com mais Aperol). 

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Depois de uma pasta fresca com lagosta (meu prato), um atum selado com legumes (prato da mamãe) e 2 aperol spritz cada (acho que não mencionei, mas eu tomei Aperol Spritz TODOS OS DIAS da viagem toda), decidimos andar mais, ver mais lojinhas (de temperos, de doces, de pães, de souvenirs, de vidros de Murano, de máscaras, de jóias, de tudo que vocês imaginarem):

loja loja2 lojas

Exaustas no fim do dia (segundo o app andamos 15km), pegamos o Vaporetto até o ponto do começo do dia, busão de volta até o hotel, banho, jantinha delícia e honesta num restaurante na esquina de trás do hotel e PLOFT, morremos.

 

Dia 3

Acordamos cedo, fizemos o mesmo rolê de bus até veneza, pegamos o Vaporetto e paramos no ponto do Mercado Rialto. É literalmente uma feirona gigante, e a grande maioria dos venezianos atesta que o Mercado de Rialto (do latim Rivus Altus, o rio alto) é o coração de Veneza. De terça a sábado, este mercado faz latejar o que há de mais genuíno de lá: muitos frutos do mar, legumes, verduras, temperos e flores (alguns vários que eu nunca tinha visto na vida, inclusive):

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Como já estávamos na ponte Rialto novamente, paramos tirar mais uma fotinho pra registrar:

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Ir para Veneza e não fazer o tal passeio de gôndola seria uma heresia. Então, às 11h (hora agendada via compra de voucher com antecedência na internet), comparecemos ao local de encontro e passamos pela boring experiência romântica dos filmes (juro gente, não tem absolutamente nada de mais. É só pra dizer que fez e tirar fotos com a gôndola e o gondoleiro mesmo):

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Depois do passeio IN-CRÍ-VEL (#sqn) de Gôndola, comemos um pedaço de pizza (tem lojinhas pequenas de pizza e panino espalhados em todo canto, dessas baratinhas mesmo) e pegamos o Vaporetto para a a ilha de Murano (leva uns 30m). Conhecida por sua fábrica e museu de vidro, chegando lá fomos diretamente encaminhados para uma apresentação ao vivo na fábrica, onde o tiozinho fez um cavalinho de vidro NA HORA pra gente ver como era o processo. Experiência emocionante, de verdade (e que calor da porra ficar perto daquele forno!)

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Depois, um rolêzinho por Murano, váárias lojinhas de escultura de vidro (dica: em Veneza é tudo muito mais barato), sentamos num café tomar uma cerveja e comer um panino de berinjela com tomate e mozzarela *.* e ver a vida passar por umas horinhas.

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Por fim, voltamos de Vaporetto até Veneza e passeamos mais um pouco sem rumo, maravilhadas sempre pelas famosas máscaras (simbolismo intimamente ligado ao Carnaval, que correspondia a época na qual os venezianos podiam se permitir divertimentos proibidos em outras épocas do ano. Elas permitiam seu disfarce, assim como a possibilidade de ser um outro alguém durante algumas horas) e a infinita quantidade/variedade delas:

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Mais 12km andados nesse dia (nessa altura da viagem, mamãe já apelava para o santo Tandrilax diariamente), fizemos o caminho inverso até o hotel, banhamo-nos, arrumamos as malas, jantamos no mesmo lugarzinho próximo ao hotel da noite anterior (bom, bonito e barato) e capotamos. No dia seguinte, o trem nos esperava logo cedo rumo à Florença.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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