Papel, caneta e gente de verdade
Somos oficialmente a geração dos distraídos.
Esse nós, formado por um monte de gente com intelecto preguiçoso, deixando tudo a mercê da máquina e da tecnologia, cheio de lembretes, alarmes e notas para nos lembrarmos de lembrarmos de algo.
Essa população formada por gente que dá preferência para o celular do que à pessoa em sua frente, que interrompe conversas pra dizer alô ou acha que basta abaixar a cabeça enquanto o outro fala, e ele checa seu smartphone.
É um extremo abismo de impessoalidade, um exagero de falta de olho no olho. De contato.
Gente que namora sem encostar mesmo quando pode estar junto, só porque coloca o telefone no meio. Gente esquece o aniversário da mãe porque não logou no Facebook durante o fim de semana. Gente que vive mandando e-mail pra si mesmo, gente que se sente pelado sem o celular (sai sem a carteira, mas o celular nunca esquece).
Gente que prefere o computador, que evita conversar com gente real. Gente que pede em namoro via Twitter, que diz e sente e expressa tanto num blog e falha miseravelmente em todos os relacionamentos que tem.
Gente que luta por 999 causas, mas nenhuma delas que o tire da frente do computador. Gente que acha que compartilhar uma foto vai mudar o mundo.
Tenho vergonha de passar 10h de trabalho na frente do computador e ao chegar em casa querer liga-lo antes mesmo de tomar banho. Tenho inveja da geração que teve que ganhar respeito no grito, no tapa, na discussão de boteco. Sinto falta de abraço, de beijo e de cafuné.
Menos foto no Instagram, mais convite pra comer comida de verdade, por favor.
Mais aproveitar a comida, menos tuitar que está comendo, por favor.
Menos Google e mais discussão intensa sobre opiniões diversas, por favor.
Sei lá. Acho que ainda acredito em papel e caneta e em gente que gosta mais de gente do que de computador.
SaiDaqui!
20/12/2012
Ótimo post!!!! COncordo 100%.
Voltei a usar papel, caneta e lápis… é muito bom.
Tb ando de saco cheio de tanta tecnologia e redes sociais pra tão pouco conteúdo…
abraço