Príncipes Encantados NÃO existem. Ainda Bem!
Desejava queimar todo e qualquer conto de fadas que falasse de príncipes encantados. Príncipes não existem. Ela bem sabia. Não existem. E ponto final.
Ninguém contou que a Branca de Neve tem quatro filhos impossíveis, um cachorro, e um marido que bebe. Nem que eles vivem tão afastados na floresta, que só vêem civilização uma vez por mês, quando viajam de charrete.
Ela olhava outra vez os sapatos espalhados pela casa. Os vários copos que ele sujara para tomar apenas água. A toalha molhada em cima da cama. A tampa do vaso sanitário levantada. E os restos de comida que se divertiam no chão da sala.
Estava um pouco enraivecida devido aos dias de tensão pré menstrual (TPM = Tocou ou Perguntou, MORREU!), por assim dizer.
Lembrou de quanto caçoaram dela. Do quanto aquela situação era clichê. E notou que amar dá trabalho. “Como é que tem mulher desesperada por isso?” – Disse baixinho enquanto ele dormia.
Pensou que deveriam ensinar na escola como seria a vida pós junção de duas pessoas. Achava cafona pensar que a falta de atitude na maioria dos homens vêm de berço, quando as mães criaram pequenos príncipes incapazes de escolher as próprias roupas, e mais tarde, fritar um ovo.
E quando estava prestes a explodir em hormônios, assistiu-o se contorcendo na cama, virando e procurando-a ao seu lado. Deixou escapar um riso abafado quando percebeu que ele agarrara o travesseiro de modo a sentir seu cheiro mais perto de si.
Respirou fundo, e tomou seu café da manhã pensando em como ela já era nada sem os sapatos espalhados pela casa, os lençóis fora do lugar, o sofá cheio de farelos e ele perguntando onde estava tal coisa sem enxergar que estava sempre embaixo do próprio nariz.
Corrigiu-se: Amar não dá trabalho.
Vestiu-se satisfeita por saber que príncipes encantados não existem. Sentiu que quem ela sempre quis estava ali, dormindo em sua cama. Era realidade (uma realidade que roncava, mas isso não fazia a menor diferença). Ela o amava.
Deu-lhe um beijo de bom dia, e saiu para trabalhar, na esperança de encontrar a mesma deliciosa bagunça quando voltasse.
Agora SaiDaqui!
20/04/2010
aooooooo
mandou benzão como sempre Cacatua!
e é ilusão pra nós homens pensar que vai ter uma princesa daquelas de contos de fadas…
o que é real é a capacidade de amar a pessoa que está com vc a ponto de relevar todos os defeitos e só enxergar o quão bem estar com essa pessoa te faz…
beijããooo!!!
20/04/2010
Como sempre mandou muito bem!!! texto fodástico!!!
23/04/2010
Achei muito boa a construção (ou descontrução).
Sem a “mãe” o principe terá qeu comprar outro cesto de roupa suja, afinal a roupa já esta transbordando do cesto atual.
A branca de neve não sentirá falta de uma parte dela? Tenho dúvida quanto a necessidade de se encontrar em outra pessoa.
Existem princesas encantadas ou devo desistir de matar meu dragão?
20/05/2010
Eu sou rapaz e não concordo que não existam principes encantados, tal como princesas encantadas. (Poderei explicar detalhadamente através do meu email), é só enviar um email com o assunto “Príncipes Encantados….” para diogo.quina@gmail.com
Ficarei á espera.
P.S:. (Este post é destinado a mulheres)
Beij0s *
Quina.
09/04/2011
Me desculpe, mas isso quer dizer que esse ‘principe’ não tem consideração. Toda mudar diz ao seu amado o que nela perturba e se o ‘principe’ não tenta mudar será mesmo que existe amor?
Quando há amor o principe existe sim. Não há ninguém perfeito, mas existe o amor e nele todos os outros sentimentos bons para que as pessoas se tornem as melhores possíveis.
“O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser” – Mário Quintana