Quinta Sexual 70: A pata e o cisne

Eram completos desconhecidos. Estavam no meio de uma festa um tanto sem graça, onde se sentiam um tanto deslocados e entediados.

Ela, com sua roupa de “hoje não acordei de bem com meu espelho” – visual nada chamativo, atentou-se apenas em arrumar a maquiagem para dar um ar mais alegre ao look preto e branco que havia escolhido para a noite em que fora arrastada por três amigas para sair.

Ela não era das mais lindas, nunca havia sido. Por isso talvez não se importasse tanto quanto deveria com as aparências. Sabia que suas amigas fariam muito mais sucesso.

Seu 1,60m eram normais, como tudo no corpo dela: os olhos castanhos, os cabelos médios e naturais, as mãos pequenas e os dentes brancos, com caninos levemente tortos.

Ele, em compensação, era o charme ambulante da festa. Por onde passava, todas o olhavam com desejo. Era alto, cabelo escuro jogado cuidadosamente para o lado direito, com barba por fazer, olhos quase claros e suficientemente forte para chamar bastante a atenção. Tinha mãos grandes e um certo ar de diversão que não dava para explicar.

Ela lembra que no começo da festa, até fez um comentário maldoso sobre como todas as mulheres se atiravam para cima dele. Até riu de algumas das inúmeras vezes que ele deu um fora em algumas mais atiradas, dando de ombros em seguida.

Se encontraram por acaso, na porta do banheiro. Ele, já meio alterado pela bebida (a saída que encontrou para tornar a festa divertida) disse qualquer coisa sem nexo, para puxar papo. Ela perguntou se ele tinha lavado as mãos e ele respondeu com uma leve gargalhada.

Conversaram mais alguns minutos e o único pensamento que ela se lembra foi “Meu Deus! Esse pedaço de carne também tem um cérebro!” – Ela podia praticamente sentir o cheiro de inveja no ar. Parecia que a festa toda tinha parado para assiti-los. Ali, a patinha feia e o cisne mais lindo da festa pareciam se entrosar muito bem, descobrindo mutuamente que o melhor afrodisíaco de todos, é a inteligência.

Decidiram sair da festa e procurar um local mais tranquilo. Claro que ela esperava o combo motel – sexo – carona pra casa – sumiço, mas para sua surpresa, não foi o que aconteceu.

Ele foi deliciosamente cavalheiro, se preocupando desde abrir a porta do carro e até brincou, carregando-a no colo.

Decidiram que iam lavar suas primeiras impressões juntos, e foram para um delicioso banho à dois. Ele a beijou em cada centímetro de seu corpo, fazendo com que ela arrepiasse por inteiro, várias vezes. Ela tinha um beijo com a mistura perfeita de delicadeza, doçura e desejo que o fazia ter ereções apenas com leves toques de boca.

No chuveiro, ela fez um delicioso oral – desses que ele deve ter tentado se segurar por umas 3 ou 4 vezes, até seu limite. Agarrou-a forte, como se aquele fosse o último dia de suas vidas e ele precisasse ser o melhor de si. Na verdade, ela o fazia sentir assim.

Ainda molhados, começaram a transa vagarosamente, cheio de beijos e carícias como se aquela fosse a primeira vez de ambos. Aliás, tremiam como se realmente fosse. Era uma mistura de tesão com carinho que nunca haviam encontrado em primeiras transas.

O sexo foi deliciosamente molhado, intenso e ao mesmo tempo, simples. Não queriam fazer malabarismos, e mantinham contato visual sempre que possível. Ela se sentia corar quando ele a fitava bem dentro dos olhos, e soltava um sorriso sem graça, de canto de boca que só conseguia fazer com que ele ficasse ainda mais excitado.

Ele conduziu o sexo o tempo todo, deixando-a nas nuvens. Normalmente era ela quem mandava, mas foi delicioso tem alguém que a guiasse naquela vez. Perderam-se por entre as pernas uns dos outros, entre suor e beijos. Alguns arranhões em momentos de vontade extrema de gozar.

Ah, o gozo. Momento perfeito onde o ritmo se tornou intenso e a pegada ficou mais forte. Quando ela soltou sem querer um gemido mais alto, fez uma cara deliciosa de prazer e ele não se aguentou ao olhá-la. Gozaram praticamente juntos, e já estavam exaustos.

Conversaram mais algumas coisas, deram risadas, dormiram um pouco e foram embora.
Dois dias depois, ele tocou a campainha. Disse que não conseguia esquecê-la, mais um monte de coisas…e a pediu em namoro.

E foi assim que a patinha feia encontrou no cisne a mistura perfeita em beleza, amizade, companheirismo, bom humor e sexo. Muito sexo.

SaiDaqui!

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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7 comentários

  1. legal, muito bom, bem elaborado, gostei 🙂

  2. Quando a amanda tá de tpm as personagens ficam assim meio carentes… (*faz um cafuné rápido e sai correndo*) =p

  3. ta, deu tesaozinho… nao da pra ler 2x….. mais um texto FODA amanha. show de bola!!

  4. Muito mimimi e pouca ação. Faço melhor dormindo.

  5. Que bom para você, amigo.

    Boa sorte.

  6. Bem escrito,excitante,mas achei o final um pouco surreal,ja que (na minha humilde opinião) é praticamente impossivel ir pra balada para arrnajar namorada/o,afinal de contas,não é com essa intenção que as pessoas vão pra la.Parabéns pela volta aos contos!

  7. Adorei ! Faça mais textos assim.. E “…” eu conheci meu atual namorado na balada. Não fomos para a cama na primeira noite, mas desde então nunca mais nos largamos ! 🙂 O amor chega quando a gente menos espera..

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