So be it!

Posted By Amanda Armelin on 25/06/2012 | 5 comments

E nessa vida de montanha russa que eu escolhi viver, posso reclamar de tudo, menos de falta de gente pra andar no carrinho da frente comigo.

Porque desde que eu decidi que era ok viver de ponta cabeça e que mudar constantemente não era errado, as pessoas mais importantes da vida também tomaram duas decisões: 1. aceitar que eu sou assim e 2. ficar de vez ao meu lado.

Amigos, eu queria ser bombeira. Desisti porque alguns idiotas me convenceram que era sonho de criança, sem fundamento. Sim, eu sei que fui burra ao sucumbir. Não me julguem.

“Vou ser veterinária!” Melhor não, porque minha casa ia parecer um abrigo pra cães e gatos abandonados. Com tanto bicho sofrendo maus tratos por aí, eu ia morrer de nervoso antes de fazer um bem maior. E ficar pobre pra sustentar todos esses que eu sei que ia querer salvar. Aprendi a adestrar cães, entrei pra uma ONG e me dei por satisfeita.

Aí decidi que queria entrar pro BOPE. Aí desisti porque era péssima em educação física. E porque meu temperamento nada calmo me impulsionava a bater nos meninos da escola por qualquer besteira. Achei melhor poupar a sociedade de me tornar uma “sanguenozóio”.

Enquanto eu não decidia o que ia fazer, morei fora e a informática entrou por acaso na minha vida. Programei, desenhei. Fiz lógica, algoritmo, cálculo 1, 2, 3, 4, 5 mil, a matéria mais odiada do Brasil. Fiz programas com “Hello World” em 789 linguagens de programação diferentes. Participei de olimpíada de física, química, matemática, português e programação.

“Ah, vou continuando nisso enquanto não decido. Até que é divertido”. Arrumei emprego em multinacional, virei escrava do computador.

4 anos depois, outra multinacional me chamou, pediu que eu mudasse de estado, de vida, de salário e de quebra, acabei mudando junto meu estado civil pra “casada” e o corpo pra “totalmente tatuada”. Foi lindo por um tempo. Até que o casamento desmoronou, o emprego se foi e morar tão longe da família também não rolou mais.

Mudei de novo de estado. Aproveitei o ensejo e mudei de carreira, fiz regime, lipoescultura e cortei o cabelo. Estudei e trabalhei até a exaustão, morei de favor e já estava de novo naquelas encruzilhadas da vida onde dá vontade de mudar tudo de novo quando a vida se se encarregou de fazer isso por mim.

Recebi uma proposta pra fazer um pouco do que tinha na carreira velha, muito do que tinha na carreira nova e no geral, tudo que eu ainda não tinha feito, numa empresa que eu nunca sonharia em estar. O mundo é tão grande e gira tanto, não é mesmo? Não consegui ver motivos para não vir.

Minha assinatura diz que sou gerente de projetos e coordenadora de mídia.

Meu chefe diz que sou eficiente e pró-ativa.

Minha mente diz que sou inconstante, indecisa e insegura.

Meus amigos dizem que sou louca.

Minha família diz que sou bem sucedida.

Meu coração diz que sou feliz.

Posso não ter seguido os caminhos que eu tinha traçado, mas sinto que estou exatamente onde eu deveria estar. E se amanhã for pra fazer tudo diferente de novo, so be it.

 SaiDaqui 😉