Uma coisa que não me diz respeito? Esse tal de amor…

Coisa que não me diz respeito é esse tal de amor. Parece-me grande. Porque as pessoas tanto o falam? Nunca o senti, pra começo de conversa. Pelo menos não esse amor massificado aos ventos de cada boca humana, a cada canto que se vai.

Ei você, que mal saiu do colo da mamãe, juras amor eterno a quem? Você, que se decepcionou tantas e repetidas vezes, a quem dizes que não vais amar de novo? E vocês, que fizeram juras diante do altar, por um acaso o disseram que só isso basta? À vocês, uma questão: porque tal exaltação de um sentimento que é como qualquer outro?

Compreendo o processo de primeiro amor. As primeiras borboletas a se formarem no estômago e o primeiro frio a lhe subir pelas costas estalando aos olhos um olhar apaixonado. Não, você não vai sentir isso pela mesma pessoa pelo resto de sua imatura vida. Casais que são o primeiro amor de ambos e se dão por felizes para sempre, são 1 em 1 milhão. Cultive essas sensações. As guarde. As preze. As aproveite. Só não as crie para que pensem durar para sempre.

Isso vai te destruir, te machucar. Assim como já sucedeu a meu seguinte exemplo. As pessoas se decepcionam. Estão sujeitas a isso. Se você não está dormindo, está acordado. Se você não ta agradando, está decepcionando. E isso exato que acontece de outras pessoas para com você. Então não te admires, de chegar a casa e se deparar com a cama bagunçada, a xícara de café vazia e um bilhete impresso em guardanapo de despedidas. Tu vais acordar um belo dia e sua unha vai ter quebrado durante o sono. Tu vai estar a lavar a louça com o maior cuidado, e vais quebrar um prato. Tu vai estar a zelar a tintura do carro, e um cachorro o arranhará. Tu vais por teus pés em casa, no trabalho, no lugar de encontro. O que tu vai ter dessa vez é um coração quebrado. Tens opções.

Assim como na unha, dê o tempo que ele precisa para se recompor, crescer novamente no que diz amadurecer, e espere-o tornar forte e bonito como antes. No prato, tu vais jogá-lo fora e não aproveitar mais pra nada, tornando-o incapaz de realizar sua função antiga, o que é a mais errada das escolhas. A tintura é a parte mais difícil. Requer teus cuidados, tua força de vontade e teu sofrimento reprimido para que exerça o conserto de forma calma e correta.

Reconstrói o coitado com tuas próprias mãos. Não vais gostar de vê-lo assim, com um pedaço arranhado, acabado, amassado, quebrado por uma pessoa que não o soube valorizar. Só tu sabes o real sentido do teu coração, busque arrumá-lo de forma que fique mais bonito, que todos percebam.

Que o amor te digas, que está pronto a entrar de carona em teu coração novamente. Um dia ele te surpreende. Te mostra a pessoa certa, na hora certa, com as qualidades certas e os defeitos que te é possível suportar. Só não fiques como o terceiro exemplo. Não jures diante do padre, pastor, ou até mesmo seu amigo que lhe implorou a fazer seu casamento, e depois esqueça-te de cultivar. Guardar. Prezar. Aproveitar. Aos seus novos anos.

Entregue-se ao primeiro amor novamente. Mostre à rotina que suas borboletas no estômago não estão cansadas e que o frio ainda acontece, mesmo entre faíscas. Tua vida a dois vai te fazer um bem danado se souber lidar com esse tal de amor. Essa coisa que me parece tão grande.

Eu amo o amor. Veja só. Minha alma escreve um poema e meu coração já me diz estou amando. Quem me acompanha?

 

Agora SaiDaqui 😉

 

PS: O texto de hoje é presente de uma leitora. Beatriz, mora em Santa Catarina. Estudante de Design de Interiores. Ama arte, a beleza da natureza e o brilho que cada ser humano carrega dentro de si. Vive num mundo paralelo onde é compositora, escritora, poetisa e feliz.

autor: Amanda Armelin

Bocuda, nerd, tatuada. Cervejeira de carteirinha e louca por cachorros (principalmente bulldogs). Além do sorriso no rosto, mantém paixão absoluta por bacon e sexo.

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